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A Isadora foi deixada de lado quando o ultrassom denunciou um lindo garotinho
Hoje acordei com saudade.
E me pus a lembrar de quando decidimos pelo nome da cria.
– Mas que raios de nome é esse???????
É.
Ouvi isso várias vezes.
Várias não. Muitas.
Foi difícil as pessoas entenderem/aceitarem/respeitarem a minha escolha.
Mas, eu tenho essa SFG – Síndrome de Forest Gump – incontrolável e adoooro contar uma história.
…
Até o sexto mês de gestação, os pitacos familiares, o folclore brasileiro, um bebê de pernas fechadas e toda interferência externa nos fazia crer que o ser que habitava em mim era do sexo feminino.
Eu, por teimosia, instinto ou prazer em ser do contra, achava que não. Até sonhava com um menininho fofo, loiro, que se apresentou para mim durante várias noites como João Garcia.
Mas vá lá, deixava o povo dizer o que bem entendesse e ia comprando uma infinidade de coisinhas brancas, verdes, azuis e sem definição de gênero.
Então que, lá no penúltimo ultra, a figura se mexe e mostra o penizinho todo faceiro.
E agora????
O que a gente faz com a “Isadora” ???
Nome que eu havia escolhido e não arredava o pé, caso meu instinto fosse made in Paraguai e o filho fosse filha mesmo.
Bora decidir um nome masculino, pensei, toda “dancinha da vitória”, olhando um maridex petrificado na penumbra da salinha médica.
Tá.
A gente já havia falado em Isaac algumas vezes.
Nome forte, bacana, simpático.
Eu até havia dito que gostava de João (o menino do sonho), maridex vetou.
Depois da Isadora, resolvi não pitacar no nome masculino, mas com total direito de veto caso me fosse conveniente.
Os dias foram passando e o nome, sinceramente, não era uma coooisa assiiiiim. Ia rolar, beleza, sem neuras.
Até que um amigo muito querido, com a religiosidade num grau elevado, um dia sem mais nem menos, me chama pra conversar com a seguinte pergunta:
– Você sabe quem foi o Isaac da bíblia?
E me contou ali, resumidamente, o motivo pelo qual decidimos o nome do nosso filho.
E eu resumo mais ainda aqui, ok?
Abraão e Sara já estavam muito velhos e ainda não tinham conseguido ter filhos.
Um dia, eles receberam a visita de anjos do Senhor que prometeram à Sara que ela teria sim um filho. A mulher, até então descrente em ser mãe, gargalhou ao receber a notícia.
Sim. Eles tiveram um filho e deram o nome de Isaac.
Explico:
Só nós sabemos o quanto pensamos que não teríamos filhos depois de dois abortos, tratamentos, eteceteras, eteceteras e eteceteras.
Um dos significados do nome Isaac é “filho da promessa”.
O outro é “filho do riso”.
Como é que eu ia deixar passar um nome tão bacana desse?
E, definitivamente, o menino lindo, alegre e cheio de vida que completa todos os meus dias não poderia ser chamado de outra maneira.
Combina, sabe?!
Originalmente postado em: Viajando na Maternidade