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A polêmica dos plásticos com bisfenol em produtos infantis
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A polêmica dos plásticos com bisfenol em produtos infantis

A polêmica dos plásticos com bisfenol em produtos infantis

22/06/2011
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Acidentes tóxicos envolvendo crianças ocorrem frequentemente nos dias de hoje, principalmente pela existência de alguns tipos de produtos de uso doméstico com grande potencial de risco. Muitos dos ingredientes destes produtos e seus efeitos são praticamente desconhecidos, tornando necessária uma atenção especial por parte dos pais e uma investigação detalhada por parte dos profissionais da saúde, de modo a garantir segurança e qualidade de vida para toda a população. Um exemplo são os produtos contendo o bisfenol A, que é um composto químico sintetizado pelo homem e utilizado no revestimento de latas de bebidas e alimentos, e para aumentar a maleabilidade e resistência do plástico.

A preocupação com o bisfenol A começou há alguns anos quando pesquisadores norte-americanos descobriram que, quando pequenas doses do composto eram dadas a ratas fêmeas, os filhotes apresentavam desordens metabólicas. Isto porque o composto, segundo foi sugerido, imita o efeito do hormônio feminino estrógeno. Desde então, o debate científico se espalhou pelo mundo na busca de saber se o bisfenol A e outros desreguladores endócrinos são seguros e se afetam o desenvolvimento normal de crianças.

Pouco se sabe ainda sobre os efeitos deste composto em seres humanos, mas pesquisas feitas nos EUA mostram que mais de 90% dos norte-americanos apresentam concentrações relevantes de bisfenol A na urina.

Onde este composto pode estar presente?
Embalagens plásticas de alimentos e bebidas. O aquecimento pode provocar a migração do bisfenol A das embalagens e recipientes para os alimentos.

Segundo o site do Ministério da Saúde, em alguns países, inclusive no Brasil, é proibida a importação e fabricação de mamadeiras que contenham bisfenol A. Esta proibição está vigente desde janeiro de 2012 e foi feita por meio da Resolução RDC n. 41/2011. Assim, mamadeiras em policarbonato não podem ser comercializadas no Brasil.

Como evitar a exposição ao bisfenol-A?

  • Siga as recomendações de alimentação indicadas pelo pediatra da criança.
  • Não adicione líquidos muito quentes/ fervendo em recipientes plásticos.
  • Prefira recipientes de aço inox, cerâmica ou vidro para acondicionar os alimentos.
  • Procure nas embalagens o tipo de plástico utilizado na produção. Esta identificação encontra-se sempre no fundo do produto. Normalmente, o bisfenol A está presente nos plásticos de número 3 ou 7. Opte pelos números: 1, 2, 4, 5 ou 6, que são menos prováveis de conter o composto.

Meu filho sempre coloca os brinquedos de plástico na boca. Ele está exposto?
Normalmente os brinquedos de plásticos não contém o bisfenol A, mas não custa nada checar o tipo de plástico na embalagem antes de comprar.

E as chupetas?
A parte da chupeta que os bebês colocam na boca normalmente é feita de látex ou de silicone. Em algumas marcas, a parte de plástico da chupeta (a parte que não é introduzida na boca) pode conter o bisfenol A.

E se eu já expus meu filho ao bisfenol-A?
Não se penalize pensando que ele fatalmente terá problemas, afinal, não há comprovações dos efeitos tóxicos deste composto!
Um fator positivo: a polêmica gerada e as discussões mundiais sobre a presença de bisfenol A em produtos, além da garantia da segurança poderá levar a uma série de iniciativas relacionadas a outros compostos presentes em produtos de uso doméstico e que também podem ser nocivos à saúde, mas sobre os quais ainda pouco se sabe.

Leia também: Os cuidados e os perigos com os aditivos alimentares

Texto escrito por Mariana La Terz, farmacêutica do Hospital Infantil Sabará.

 

Referências bibliográficas:

SCHVARTSMAN, S. Produtos Químicos de uso domiciliar: segurança e riscos toxicológicos. 2ª edição. Almed: São Paulo, 1988.
BRAUN, J. M. ; HAUSER, R. Bisphenol A and children´s health. Current Opinion in Pediatrics 2011, 23: 233-239.
U.S. Department of Health & Human Services. Bisphenol A (BPA) Information for Parents. Disponível em HHS.
O tao do consumo. Você é o que você come, na embalagem que consome. Disponível em O Tao do Consumo.
FORESTI, T. Mamadeira de plástico faz mal? Revista Crescer. Disponível em Revista Crescer.
Colaboração para a Folha. Ação pede à ANVISA regulamentação de Bisfenol A em embalagens. Folha.com. 04 de fevereiro de 2011. Disponível em Folha.
Agência Brasil. Fabricantes devem informar presença de bisfenol em produtos. Folha.com. 08 de abril de 2011. Disponível em Folha.
REMBISCHEVSKI, P. Bisfenol A – O papel da ANVISA. São Paulo, 25/11/2010. Disponível em SBEMSP.

Bisfenol A. Disponível em Gov.br

 

Atualizado em 19 de janeiro de 2024

Comunicação PENSI

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mensagem enviada

  • Priscila Sampaio disse:

    Me filho chupou muita mamadeira e esterilizava deixndo o produto ferver bastante no fogo.
    Sei qu o bico nao tem problema, mas a parte que n e introduzida na boca pode migrar para a parte do bico.

  • Boa tarde Priscila,
    O momento da esterilização pode sim degradar o material plástico e fazer com que haja liberação do bisfenol. Mas a esterilização é muito importante para garantir a limpeza da mamadeira e a ausência de bactérias. O correto seria após a esterilização esperar a mamadeira esfriar, lavar em água corrente e só depois adicionar o alimento.

  • tamires disse:

    quais sao as mamadeiras que nao contem esta subistacia bpa??

    • Equipe Sabará disse:

      Oi Tamires, tudo bem?

      O ideal seria evitar mamadeiras fabricadas com os plásticos dos tipos “3” e “7”. Para saber qual é o tipo de plástico, procure na embalagem ou na parte de baixo da mamadeira. Você encontrará um símbolo de um triângulo com um número dentro. Este número indica o tipo de plástico que foi utilizado na fabricação. No mercado já existem diversas marcas de mamadeiras livres de bisfenol, exibindo esta informação na embalagem. Nas marcas importadas livres do composto você encontrará o slogan “BPA free”. Se tiver mais alguma dúvida, nos avise ;D.

  • Webfilhos disse:

    Temos que acompanhar…. importante matéria. Obrigada Hospital Sabará!

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