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A vilã chamada cárie
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A vilã chamada cárie

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19/09/2012
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Crianças e adultos estão suscetíveis a sofrerem desse mal que compromete a saúde bucal

Todos sabem o que é uma cárie. Ela é bem velhinha no nosso convívio, tem mais ou menos meio milhão de anos – conforme registros arqueológicos – e, por assim dizer, democrática, pois atinge pessoas de todas as idades, condições socioeconômicas, cores, credos, em qualquer época. Depois de tanto tempo, como ela ainda é uma doença (sim, ela é uma doença, transmissível e infecciosa) comum nos nossos dias? A resposta é simples: falta de informação.

Existem várias teorias de como a cárie surge. O processo se inicia quando você se alimenta, principalmente com produtos que são açucarados, e não remove os restos alimentares de forma adequada. A bactéria (que é comum no meio bucal) utiliza o alimento, produz um ácido que descalcifica o dente e, pronto, está instalada a cárie. Simples, não é?

Não, não é tão simples, pois há processos bioquímicos em todas as etapas. O fator primordial para isso tudo acontecer é o tempo, ou seja, todo mundo se alimenta, todo mundo tem bactéria na boca e quase todo mundo não tem uma higiene perfeita (quando foi a última vez que você utilizou o fio dental e fez o mesmo com seu filho? Nem precisa responder, apenas reflita).

Todas as etapas do desenvolvimento da cárie levam um tempo para acontecer e aí está nossa chance em não deixá-la aparecer. Se os cuidados bucais não são devidamente regulares e rotineiros, imagine o estrago que está por vir.

A cárie não se inicia com um buraquinho no dente. No começo, ela pode ser apenas uma mancha branca, às vezes, imperceptível aos olhos não treinados. Porém, sua evolução pode ser aguda em crianças e adolescentes, e crônica em pessoas mais velhas. A cárie no início pode não doer, e quando isso acontece, é porque ela já evoluiu bastante, localizada perto da polpa dentária (popularmente conhecida como o nervinho do canal).

Nas crianças, especialmente as que usam mamadeira, o risco de uma cárie é grande, principalmente, se o leite estiver açucarado. O líquido, por si só, já é considerado um risco, mas a mamadeira adoçada e espessada pode se transformar em um desastre total se não houver uma higienização adequada dos dentes.

A cárie de mamadeira tem um padrão bem definido. A criança é colocada para dormir com ela, cai no sono e não higieniza a boca. Como ela está fechada, as bactérias presentes fazem a festa. Uma noite tudo bem, outra também, uma semana está parcialmente perdoado. Mas, todo dia? Ah! Não há dentinho que resista! Até há alguns que resistem, mas água mole em pedra dura, ops!,  leite doce em dentinho duro, tanto bate até que fura.

Os bebês crescem sem cáries. Quando amadurecem, começam a ter uma vida social mais intensa e degustam guloseimas irresistíveis, como balas, doces, chocolates, chicletes e refrigerantes. Isso faz com que o risco retorne. Então, você diz: “Ah, mas meu filhote não come balas, nem chicletes, nem doces”. Eu pergunto: “E os salgadinhos, batatinhas, bolos, pães e sucos?”. Se a resposta for positiva, estão todos no mesmo barco, ou melhor, na mesma boca. Ou seu filho vive de alface, brócolis e água?

Quando crescem e tornam-se jovens, surge outra situação: a independência dos pais. Quem ainda tem filhos com quinze, dezesseis anos e fica no pé deles para estimulá-los a escovar os dentes e passar o fio dental? Difícil, não? Aqui em casa, tive essa atitude há alguns anos. Hoje, meus filhos são adultos, mas admito que eles precisam criar responsabilidades e cuidar da higiene pessoal. Afinal, celular e videogames eles são craques.

Até lá, a responsabilidade pelos cuidados para se evitar a tão famigerada cárie tem que ser dividida entre pais, cuidadores e o dentista. Não perca tempo e extirpe esse mal da saúde dos pequenos. Bocas saudáveis produzem sorrisos lindos.


Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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