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Menos TV: bebês e crianças devem aprender com brincadeiras
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Menos TV: bebês e crianças devem aprender com brincadeiras

Menos TV: bebês e crianças devem aprender com brincadeiras

08/11/2011
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A tentação de confiar nas mídias eletrônicas e nos programas de TV para entreter crianças pequenas e bebês está mais em alta do que nunca e essas mídias estão em casa, no carro e até mesmo no supermercado. Não há escassez de programação orientada para os pequenos. Mas uma nova declaração da política da American Academy of Pediatrics (AAP) diz que existem maneiras melhores de ajudar as crianças a aprenderem nesta idade crítica.

Em uma pesquisa recente, 90% dos pais disseram que suas crianças menores de 2 anos assistem algum tipo de mídia eletrônica. Em média, os pequenos assistem a programas televisivos de 1 a 2 horas por dia. Aos 3, quase um terço tem uma televisão em seu quarto. Os responsáveis acreditam que a TV é educativa e é “muito importante para o desenvolvimento saudável”. Nestes casos, as chances de mantê-la ligada o tempo todo ou em parte dele são duas vezes maiores.

A declaração da política do uso de mídias por crianças menores de dois anos Media Use by Children Younger Than Two Years”, foi lançada no dia 18 de outubro, na Conferência Nacional AAP & Exhibition, em Boston, e será publicada na edição de novembro de 2011 de Pediatrics (lançada online em 18 de outubro).

A AAP  fornece orientações sobre o uso de mídias para crianças menores de 2 anos de idade desde 1999 e uma recomendação na declaração da Academia, “Media Education“, as desencorajava a ver TV.

Na época, havia poucos dados sobre o assunto, mas a AAP acreditava que existiam mais efeitos negativos da exposição à mídia para os mais jovens. Dados mais recentes confirmam isso e a Conferência mantém a sua recomendação para manter as crianças com idade inferior a 2  anos como “tela-free” ou mais afastadas da TV, computador, video game e outros, o quanto for possível.

Hoje, sabe-se mais sobre o desenvolvimento do cérebro das crianças nos primeiros anos e as melhores maneiras de ajudá-las a aprender e sobre os efeitos que os vários tipos de estimulação e atividades têm nesse processo, por isso fazemos estas recomendações.

“As preocupações levantadas na declaração das políticas originais são ainda mais relevantes agora, o que nos levou a desenvolver uma atitude mais abrangente de orientação em torno dessa faixa etária”, disse o Dr. Brown, membro do Conselho AAP em Comunicações e Media.

O relatório se propôs a responder a duas perguntas:

  1. Assistir a programas de vídeo e televisão têm qualquer valor educativo para as crianças menores de 2 anos?
  2. Existe algum mal em crianças desta idade assistir a esses programas?

As principais conclusões incluem:

  • Muitos programas de vídeo para crianças e bebês são comercializados como “educacionais”, mas as evidências não sustentam isso. Eles só são considerados de qualidade e educativos para as crianças se elas entendem o conteúdo e o contexto do que é passado. Estudos consistentes mostram que somente as de idade superior a 2 anos, normalmente, têm esse entendimento;
  • Tempo de brincadeiras bem estruturadas é mais valioso para o cérebro em desenvolvimento do que a mídia eletrônica. As crianças aprendem a pensar criativamente, resolver problemas e desenvolver habilidades de raciocínio e motor em idades precoces;
  • As crianças pequenas aprendem melhor e têm necessidade de interação com seres humanos, não com telas;
  • Pais que assistem TV ou vídeos com seus filhos podem contribuir para a compreensão da criança, mas elas aprendem mais com apresentações ao vivo do que com as televisionadas;
  • Quando os pais estão assistindo os seus próprios programas, estes são “mídia de fundo” para seus filhos. Distrai o pai e diminui interação pais-criança. A presença da TV também pode interferir com a aprendizagem do filho que realiza jogos e atividades;
  • Ver televisão perto da hora de dormir pode causar maus hábitos de sono e sono irregular, o que pode afetar negativamente o comportamento, humor e aprendizagem;
  • Crianças com uso de mídia intenso correm o risco de atrasos no desenvolvimento da linguagem, mas ainda é necessária mais investigação sobre as razões.

O relatório recomenda que os pais e responsáveis:

  • Definam os limites de tempo de exposição em frente à TV para seus filhos que tenham menos de 2 anos, levando  em consideração que a AAP desencoraja uso da mídia para este grupo etário. Tenham uma estratégia para gerenciar, se optarem por expor as crianças a estas mídias;
  • Ao invés de telas, optar por jogos supervisionados para bebês e crianças jovens durante os tempos que os pais podem sentar e participar ativamente no brincar com eles;
  • Evite colocar um aparelho de televisão no quarto da criança;
  • Reconhecer que a utilização de mídia eletrônica pode ter um efeito negativo sobre as crianças;
  • O relatório também recomenda mais pesquisas sobre os efeitos em longo prazo da exposição à televisão na saúde física, mental e social das crianças.

Fonte: American Academy of Pediatrics (AAP) National Conference and Exhibition in Boston

Leia também: Administre o tempo dos pequenos diante da televisão

Atualizado em 7 de fevereiro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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