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Como conversar com as crianças sobre seus desenhos?
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Como conversar com as crianças sobre seus desenhos?

Como conversar com as crianças sobre seus desenhos?

27/04/2017
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Quando as crianças terminam de fazer um desenho, gostam de mostrar aos adultos. Entre adultos, já ouvimos muitas vezes que os desenhos das crianças são rabiscos, que só passam a ter sentido quando a criança já figura. Contudo, em tantos traços há uma investigação que desenvolve a sua imaginação, sensibilidade, criatividade e estética.

Primeiro o desenho é pura experimentação mesmo. Testam traços fortes, fracos, compridos, preencher um papel inteiro, mudar as cores. Para então, perceberem que aquilo que experimentam pode se agrupar, combinar, juntar formas. Um olhar mais estético. Nós adultos estamos mais acostumados com este olhar do produto final, e não para olhar os processos criativos. Logo, o “que bonito”, por exemplo cabe facilmente em nossa fala ao invés do “que história este desenho conta?”.

Respostas muito comuns são: “que bonito”, “que legal!”, “que lindo”. Expressões ditas para agradar as crianças,  incentivar e valorizar as suas produções artísticas. Se pensarmos nesta reação quase que imediata, e na constância em que dizemos “que legal” ou “que lindo”  às crianças,  elas perdem seu valor. E talvez nós, a credibilidade. Isto porque estamos dizendo às crianças que na verdade tanto faz o que ela fizer, pois sempre receberá as mesmas palavras. Estamos dizendo que a sua investigação basta, que ela não precisa se dedicar ou se aprofundar em sua pesquisa, seu traço.

Ou então, que na verdade o desenho dela é insignificante, pois não olhamos “com olhos de ver” para ele. E por isso, podemos sempre dizer a mesma coisa para desenhos tão diferentes.

Então o que podemos falar? Como olhamos para os desenhos que as crianças nos apresentam?

Sem respostas prontas. Tentar não entrar em juízos de valor, do que é bonito ou feio. Uma dica é olhar de fato para o que nos está sendo mostrado: as cores, os traços, a intensidade, assim como olhamos para obras de arte, para quando nos pedem uma opinião, um comentário sobre algo. Podemos falar de alguns destes elementos, por exemplo. Não precisamos de imediato ter uma resposta, mas olhar e sentir, para depois comentar o que está sendo mostrado. Em tantos traços estão histórias e expressões daquela criança, e podemos conversar sobre isso. Por fim, é importante lembrar que nem tudo é legal.

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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