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Bipolaridades infantis quanto à profissão que quer seguir
Isaac já tem suas vontades. Fato.
E já tem as próprias ideias. Mais fato ainda.
E lembro que fofinho era quando misturava o futuro com o presente brincando do que queria ser quando crescer…
Isso. Queria.
Porque agora ele já tem vaga noção de que a pessoa estuda um monte, escolhe o que quer fazer da vida, vira vestibulando e depois bicho (lógico, olha a época, ele já se deparou com os coitados todos pintados nas esquinas aqui da city) e depois estuda e estuda mais um pouco pra virar alguém com uma profissão.
Ok.
Então, com essa percepção um pouco ampliada da vida, ele já sabe que o pai é engenheiro e a mãe é jornalista. No meu caso, ele se confunde um pouco com o negócio do jornal e do rádio, e das salas de aula, mas tá valendo.
E logo que visitou o trabalho do pai saiu falando que ia ser engenheiro.
Não. Que já é um pouco engenheiro.
E a gente, como em tudo, confesso, acha lindo.
Mas de uns dias pra cá, ele desencantou com a matemática e os cálculos todos.
Desistiu da ideia de produzir e lidar com máquinas.
Vem achando supergraça em mudar de profissão.
– Quero ser jornalista.
– É, Isaac? Não ia ser um engenheiro? (pergunto eu na esperança de que ele tenha um salário melhor e finais de semana livres)
– Não. Agora eu sou um jornalista.
– Mesmo? Por quê?
– Ué, mamãe, é que eu mudei de ideia.