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Isaac, coitadinho, nasceu com o pé chato.
De tudo que podia herdar, herdou a pisada torta.
E desde o ano passado ele usa a tal palmilha ortopédica.
No começo fiquei ultra feliz por terem abolido da face terrestre aquelas botinas duras, com sola de madeira, que euzinha tive que usar na infância.
Era horrível, era medonha, era pesada, era uma arma ultra secreta contra as canelinhas inimigas do jardim da infância.
Enfim, voltemos a palmilha, que o que interessa neste blog é falar do filho, né? E do pé chato dele.
Bom, mas acontece que a tecnologia aqui, não é lá tão amiga.
A palmilha não é de madeira, não é medonha, não é arma que nada, maaaaaaassssss…
Não entra em p~#*@ de sapato algum!!!!!
Explico.
Pela curva do pé chato do Isaac, a palmilha tem que ter um lado mais alto.
A primeira que fizemos, depois de uma longa caminhada enfiando e desenfiando a bendita em inúmeros modelos e marcas diferentes, vendo filho estressar e gritar ao ver uma loja de calçados, conseguimos sucesso com uma botinha de uma única marca, a qual, na cidade inteira, havia o único par que – lógico e loucamente – comprei.
Acontece que a botinha é até bonita, mas é quente. Quente assim, pra usar no Alasca.
E chegado o calor, aposentamos botinha, palmilha e o que mais lembrasse aquilo tudo.
Começo de ano, retomemos rotina, lá vamos nós no ortopedista.
Nova palmilha receitada, dei eu ao médico minha demonstração master de mãe neurótica, sofredora e militante contra as botinhas quentes e as palmilhas que não se enfiam em lugar algum.
(enfiariam sim, em algum orifício do doutor, caso ele falasse que eu não tinha escolha)
Ortopedista deu risadinha e então, como se fosse a coisa mais natural desse mundo, receitou uma de “baixo perfil”.
Ontem, então, toda meninona, fui buscar a tal palmilha que pensei eu caberia até em sandália havaiana.
Mentira!
Passei o resto da tarde com Isaac debaixo de um braço e o par de palmilhas do outro, procurando um modelo de tênis que comportasse a bendita palmilha mais o pé do meu filho.
Me revolto, dá licença: nem a indústria calçadista nem a medicina ortopédica estão preparadas para um problema que faz parte dos anais da medicina desde os anos 70.
Não, cara colega, não existe tênis, sandália, sapatênis, bota, cano alto, cano baixo, com cadarço ou sem que resolvam tal questão.
Acabei, eu mesma me atendendo numa dessas lojas grandes de material esportivo e achei um modelinho assim, não gostei muito mas não tem tu vai tu mesmo…. tá grande mas tá valendo… paguei uma nota e vamos que vamos readaptar o filho na função ortopédica toda.
#prontofalei e #aiquesaudadedabotinha