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Neste mês de março, geralmente reiniciam-se os atendimentos psicopedagógicos, e outros encaminhamentos com diferentes profissionais da área de Educação. É o momento em que ainda temos certa tranquilidade para sensibilizarmos as crianças a respeito da necessidade de organização e disciplina.
Como já mencionei em outros artigos, a figura do professor, seus conteúdos e princípios, produzem uma representação, que, aos olhos do aluno podem influenciá-lo em seu comportamento e até provocar mudanças de atitudes. Nesses momentos iniciais das escolas, com poucos conteúdos, mas com a disciplina já estabelecida é que pode ser um período preventivo. Mas será que pensar em prevenção é uma forma de antecipar um mal resultado? Acredito que não. Pelo contrário, é fundamental conscientizar a criança de mudar seus hábitos para adquirir outros mais eficazes para suas tarefas cognitivas.
Cuidar e orientar os pequenos para que vivenciem uma rotina de estudos, é a melhor forma de exercer o aprendizado, pois, tudo aquilo que fazemos repetidas vezes, certamente faremos melhor.
Gosto de dar o exemplo dos músicos e estudantes de música. São admiráveis pela disciplina. Estudam muito. Seguem um método de estudos. Primeiramente entendem as frases musicais da peça que irão executar, interiorizam a melodia para praticá-la lentamente várias vezes. Somente após muito estudo e repetidas práticas, é que chegam a execução final ou a uma apresentação. Da mesma forma, professores e especialistas na área de Educação podem e devem orientar as crianças, sobretudo as que iniciam nos primeiros anos e não sabem se organizar, como é importante adquirirem hábitos.
Criar hábitos é muito legal. Pode ser transformador.
No livro ‘’O poder do hábito’’, Charles Duhigg, Editora Objetiva, 2012, o autor apresenta seu estudo sobre o funcionamento do hábito, o que pode gerar, transformar e significar para a chave do sucesso em diferentes áreas de nossas vidas. Charles inicia o livro relatando um caso com a intervenção do professor Larry Squire, estudioso e pesquisador de neuroanatomia da memória, que coloca:
‘’Dependemos de processos neurológicos semelhantes todos os dias. ’’
O autor ainda menciona que:
‘’Segundo cientistas, a rotina acontece por hábito e nosso cérebro procura se livrar de esforços, portanto, conforme estabelecemos rotina, criamos hábitos. ’’
Com relação a área de Educação, diante de um quadro educacional frágil, com crianças já em março preocupadas, desorganizadas, estressadas com a escola e com a pressão que sofrem, nós educadores, podemos orientar os pupilos para entenderem como ter sucesso escolar por meio do hábito, e nessa forma simples que nosso cérebro encontra em facilitar as coisas por meio de atividades cerebrais habituais. Como saber se organizar, por exemplo. Podemos leva-los a perceber que nossa mente desacelera conforme adquirimos hábitos, pois, passamos a exercer tarefas e dedicar nosso tempo a elas com tranquilidade, sem ansiedade.
Deixo algumas dicas para que pais e professores orientem as crianças. Diga a elas com todas as letras, que é preciso ter atitudes de constância, até que desenvolvam hábitos.
– Favorecer nas crianças a execução das atividades sem estres, com vagar, porém, focadas no trabalho, nas instruções. Ler várias vezes, interpretar em voz alta. Este hábito promove a autonomia e a sensação de que estão no controle. Diga a eles que são donos de sua mente e mantenham a atenção.
– Desenvolver a força de vontade. Embora muitas vezes seja difícil e desafiador vencer a si mesmo, esforce-se! E, para enfrentar a preguiça mostre à criança que quem está no comando de seus hábitos é ela mesma.
– Autodisciplina. Ter atividades costumeiras, como: chegar em casa, tirar o uniforme, descansar por uma hora e iniciar um estudo até o final. Na escola, separar o material que deve ser levado; verificar se há livros ou cadernos no armário; guardá-los imediatamente na mochila para poder levar e estudar em casa.
Parece óbvio, mas são hábitos extremamente importantes, sobretudo aos pequenos.
Deixe claro às crianças, que a chave para ir bem na escola é fazer as atividades dentro de um sistema de costumes, desde já, para que sigam os hábitos construídos, de modo que ao passar pelo período das provas com mais matérias, estejam adquiridos e garantidos.