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Estudo aponta a necessidade de estratégias específicas para prevenir a ingestão de medicamentos prescritos
Outro dia, respondendo as perguntas de uma jornalista sobre acidentes com crianças, mencionei a intoxicação por medicamentos usados de forma domiciliar por adultos, principalmente, os mais velhos que tomam uma série deles para pressão, colesterol, diabetes, dormir, etc. Muitas vezes, eles deixam os remédios em lugares visíveis para não se esquecerem de tomá-los.
Em junho, saiu na revista Pediatrics um estudo que aborda este assunto.
Como o uso de medicamentos de prescrição adulta tem aumentado, como também as taxas de intoxicações em crianças, o estudo chamado “Adult Prescription Drug Use and Pediatric Medication Exposures and Poisonings” mostra que essa situação está fortemente correlacionada com o aumento das taxas de vários medicamentos para adultos. Isso inclui aqueles para diabetes e outros voltados para hipolipemiantes, beta-bloqueadores e opióides.
Os pesquisadores usaram dois bancos de dados para comparar as intoxicações pediátricas mensais com o número de prescrições escritas para adultos no ano 2000 até 2009.
Eles encontraram uma associação significativa entre receitas e envenenamentos de crianças com medicamentos de adultos e a mais forte foi encontrada entre o consumo de opióides (remédios fortes para dor). Por meio de remédios, o maior risco de intoxicação foi entre as crianças de até 5 anos de idade, seguido de adolescentes de 13 a 19 anos. Visitas ao departamento de emergência foram maiores para a ingestão de medicamentos lipídicos e beta-bloqueadores, enquanto as lesões graves e as hospitalizações ocorreram, na maioria das vezes, com opióides e medicamentos para diabetes.
De acordo com os autores do estudo, os resultados reforçam a necessidade de estratégias específicas para prevenir a ingestão de medicamentos prescritos que levem em conta as idades específicas das crianças e de determinados tipos de remédios.
Essas estratégias podem ser iniciadas em casa. Deixe a medicação fora do alcance das crianças e procure não associá-la com balas ou doces (vamos tomar esta balinha ou este xarope tem gosto de bala, etc). Não se esqueça de que, no mundo de hoje, os pequenos vão para as casas dos avós e lá também é preciso manter as medicações seguras.
Por Dr. José Luiz Setúbal
Fonte: Adult Prescription Drug Use and Pediatric Medication Exposures and Poisonings | Pediatrics