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21/11/2014
  2014   
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pergunta

E a conversinha apareceu de novo.

Mas desta vez não tive a sorte de contar com os fofos pinguiNHOs pra me ajudar nos exemplos.

A pergunta veio na lata.

Bem como eu achei que viria.

Mas por mais que a gente espere e saiba que ela vem, sempre bate aquele “deu merda” acompanhado de uma gaguejada sem graça.

E eu não escapei.

Só que também não me permiti amarelar.

– Mãe! Como é que os bebês vão parar alí dentro da barriga.

Ui! – veio uma voz estranha de dentro de mim.

Respirei fundo e pensei comigo mesma que tudo bem, nada de pânico.

Olhei no retrovisor e vi o menininho alí, de olhar curioso e já sem paciência pela demora na resposta.

– Como mãe? Como?

– Seguintes, Isaac, o papai e a mamãe namoram, bem namoradinho. Aí o papai coloca uma sementinha dentro da barriga da mamãe.

– E essa sementinha aí já é um bebê?

– Não. Para virar um bebê a sementinha precisa encontrar um ovinho.

– Ovinho de codorna?

– Não filho. No caso dos seres humanos, é ovinho de gente mesmo.

Olhei pelo retrovisor mais uma vez e não vi meu filho. Vi um ponto de interrogação bem seguro pelo cinto de três pontas da cadeirinha.

– Deixa eu explicar, Isaac. O papai é uma fábrica de sementinhas. A mamãe é uma fábrica de ovinhos. Quando os dois namoram, a sementinha tem que encontrar o ovinho dentro da barriga da mamãe. Pra aí sim  começarem a formar um bebezinho.

– Que primeiro é bem pequenininho, né?

– É.

– Hummmm….

– E você entendeu, filho?

Isaac soltou uma risadinha toda besta. Até achei que ele ia virar pra mim e me lascar com um “isso então é sexo, mamãe?”, mas não.

A surpresa foi ainda maior.

– Achou engraçado esse negócio de semente e ovo, filho?

– Nãããão… É que eu pensei que o papai do céu mandava um raio lá de cima bem no meio da cabeça da mamãe. Aí o bebê ia morar dentro dela. Assim, pelo raio.

– E pela cabeça?

– É, ué. Pela cabeça.

– Interessante filho, mas acho mais prático que a sementinha entre por outro lugar.

Aí me dei conta da cilada que me meti.

Como assim falar de “outro lugar”, Carolina?!?!?!

Então esperei pelos segundos mais longos de toda a eternidade.

Já imaginando quantas perguntas Isaac iria fazer sobre o tal outro lugar.

E logo ele suspira e abre a boca:

– Mas e o papai do céu nisso tudo? Achei que ele ajudasse de algum jeito.

Senti alí a decepção religiosa, e me aventurei em outro assunto polêmico:

– Ele ajuda sim, filho, mas desse negócio de plantar sementinha ele não entende muito não. Até onde eu sei, né?

– Hummm… então aumenta o som que eu gosto muito dessa música.

 

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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