Compromisso com a melhoria contínua
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Compromisso com a melhoria contínua

A quarta reacreditação do Sabará Hospital Infantil representa a confirmação de uma jornada de transformação. “Esse compromisso de usar todas as oportunidades para promover melhoria é o que caracteriza o processo de acreditação da JCI”, explica o dr. Francisco Ivanildo Oliveira Júnior

“Resultados são a prova final de um sistema que aprende.” A frase do dr. Francisco Ivanildo Oliveira Júnior, gerente do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e de Qualidade Assistencial do Sabará Hospital Infantil, resume a filosofia que guiou o hospital à sua acreditação e quarta reacreditação consecutiva pela Joint Commission International (JCI). Após 12 anos acompanhando esse processo — desde 2013, quando chegou, logo após a primeira acreditação —, ele oferece uma perspectiva única sobre como a busca pela excelência se transformou em cultura organizacional.

“Cheguei aqui pouco mais de um mês depois de o hospital ter sido avaliado pela JCI pela primeira vez”, relembra o dr. Francisco. “Já estava aqui quando saiu o resultado da acreditação. Naquela época levava mais tempo — podia demorar até 30 dias. Hoje, os avaliadores saem já deixando uma recomendação no último dia de visita.” Desde 2015, quando assumiu a coordenação da qualidade, ele participou diretamente dos processos de 2016, 2019, 2022, da visita de extensão em 2023 e, agora, da reacreditação de 2025. “Eu consigo enxergar todo o nosso processo desde 2013. Atendemos, de fato, ao objetivo da acreditação, que é de melhoria contínua.” jci.pngUma das principais observações do dr. Francisco é sobre a evolução do rigor avaliativo. “A equipe da JCI vem numa crescente em relação ao rigor com o qual ela avalia o hospital. A gente não pode achar que, porque determinado processo foi considerado adequado na visita anterior, ele também vai ser considerado conforme na próxima.”

“O que a JCI espera é que na visita seguinte você já tenha um processo melhorado em relação à visita anterior”, explica. “Mesmo que o elemento de mensuração seja escrito exatamente da mesma maneira, a equipe vai pedir com um grau de exigência maior do que foi da outra vez. O jogo nunca está ganho — você tem que jogar o tempo inteiro no sentido de melhorar.”

Na avaliação de 2025, o Sabará foi considerado não conforme em apenas 22 dos 1.270 elementos de mensuração avaliados. “Esses elementos indicados são como se fosse uma lição de casa que já passamos a fazer imediatamente”, explica o dr. Francisco. “Eles são classificados dentro de uma matriz de risco própria da Joint Commission  International, avaliando o potencial de gravidade e a extensão onde o achado foi identificado.”

Um exemplo concreto ilustra o nível de detalhamento da avaliação: “Eles identificaram que estávamos usando siglas em documentos direcionados ao paciente, como receitas médicas e relatórios de alta. Mesmo tendo nosso siglário disponível no site, a JCI determina que qualquer documento que vai ser lido pelo paciente ou família não pode conter abreviatura alguma”.

Quando precisa explicar a acreditação para famílias, especialmente em situações difíceis, o dr. Francisco é claro sobre os limites e propósitos do processo. “O fato de o hospital ter alguma acreditação não indica que ele é perfeito. Indica que o hospital atende a uma série de exigências avaliadas periodicamente, mas que, mais do que isso, estabelece um compromisso de melhoria”, diz. “Trata-se de fazer com que cada oportunidade, inclusive aquelas em que aconteceram falhas, promova crescimento dentro de um processo totalmente transparente.”

dr.francisco.pngDr. Francisco Ivanildo Oliveira Júnior, gerente do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) e de Qualidade Assistencial do Sabará Hospital Infantil

Ele explica que raramente as falhas acontecem por causa de uma pessoa individualmente: “Muitas vezes, o principal fator determinante é ambiental, ou é a forma como o serviço definiu que aquele processo fosse realizado. Precisamos ir além, olhar para todo o sistema para ver o que precisamos implementar para reduzir a possibilidade de que aquele evento se repita”.

O papel da educação continuada

“Os processos de educação, treinamento e capacitação da equipe são muito importantes”, destaca o dr. Francisco. “Embora sejam avaliados de forma objetiva dentro de um capítulo específico, eles se estendem por toda parte. Em praticamente todos os capítulos, você tem exigências de realização de simulações em relação a determinados riscos.”

Ele cita exemplos práticos: “Para fazer um simulado de abandono de prédio em caso de incêndio, de atendimento de uma parada ou de interrupção do serviço de internet, eu preciso, antes de simular, educar e treinar. As pessoas precisam saber o que é esperado delas”.

Além da acreditação pela JCI, o dr. Francisco destaca outras conquistas: “O hospital também tem, desde 2018, um selo da ELSO — Extracorporeal Life Support Organization. Neste ano, inclusive, o hospital subiu de categoria: até então era prata e agora recebeu o nível ouro, sendo o primeiro hospital do Brasil com esse nível”, relata. “Isso depende de treinamento e capacitação de treinadores.” Fazemos com que essas pessoas periodicamente viajem, participem, mantenham-se atualizadas para que possam multiplicar esse treinamento.”

Ele lembra que, desde sua criação, o Pensi assumiu a parte de educação e treinamento. “Todos os treinamentos que são propostos, submetemos ao Pensi para que sejam validados, seguindo as boas normas da andragogia — o ensino para pessoas adultas.” Esse processo vem garantindo o aperfeiçoamento da qualidade educacional: “A gente evoluiu no uso desses recursos, desde simplesmente contar com uma gravação ou a exibição de um PowerPoint até aulas com texto intercaladas com quiz, vídeos, o que torna essas atividades mais dinâmicas e atrativas, com possibilidade de pré-teste e pós-teste”.

O dr. Francisco ecoa a proposta do dr. José Luiz Setúbal. “Nós não buscamos segurança e qualidade para ter um selo para colocar na parede. O que fazemos não é porque a JCI está dizendo que precisamos fazer. Fazemos porque acreditamos que aquilo que a JCI determina vai nos fazer atingir outro patamar em relação à excelência. O selo é consequência, não a causa principal.”

Com as novas exigências de monitoramento contínuo, essa filosofia se torna ainda mais relevante. “Sem dúvida, isso torna imperiosa a manutenção da educação contínua e da prontidão”, conclui o dr. Francisco. “Isso não é uma novidade para nós — é o aprofundamento de algo que já praticamos.”

Para o dr. Francisco, a quarta reacreditação representa a confirmação de uma jornada de transformação. “Quando percebe a qualidade dos nossos processos, o entendimento e a participação das equipes, você vê que houve, de fato, um aprimoramento, um crescimento e melhoria contínua. Esse compromisso de usar todas as oportunidades para promover melhoria é o que caracteriza o processo de acreditação da JCI”, finaliza.

Por Rede Galápagos

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