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Alergia alimentar e população carente
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Alergia alimentar e população carente

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14/10/2016
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O interessante estudo “As disparidades socioeconômicas do impacto econômico da alergia alimentar na infância“, publicado na edição de maio da revista Pediatrics, examinou o grau de disparidades em medicina associados com alergia alimentar em todos os grupos socioeconômicos.

Os pesquisadores analisaram dados de uma pesquisa nacional de 1.643 cuidadores de crianças com alergias alimentares e descobriram que crianças com baixa renda econômica apresentaram maior prevalência de alergia alimentar, mas menor chance de serem diagnosticadas pelo médico. Estas crianças têm 2,5 vezes os custos de urgência e hospitalização relacionada à alergia alimentar em relação a crianças de renda mais alta. Ao mesmo tempo, também têm as menores despesas médicas com consultas especializadas e menos gastos com medicamentos.

Os autores dizem que isso sugere que crianças de baixa renda têm menos acesso a cuidados especiais, alimentos livres de alérgenos e medicamentos. Elas também podem ter maior risco de ingestão acidental de alimentos desencadeantes de alergia e anafilaxia. Por exemplo, os autores citam o custo de antialérgicos como um encargo econômico para as famílias de baixa renda, por isso elas são menos propensas a comprá-los. Além disso, as famílias muitas vezes desconhecem a capacidade de obter medicamentos gratuitamente, ou a baixo custo, através da empresa ou, no Brasil, por meio do programa farmácia popular ou na rede básica de saúde.

Os pesquisadores também apontam que as famílias com menor nível socioeconômico muitas vezes não têm os meios financeiros e acesso aos alimentos livres de alérgenos para prevenir reações alérgicas.

Eles sugerem que os pediatras que trabalham com as famílias carentes devem criar um plano de ação detalhando como reconhecer reações alérgicas, incluindo quando e como dar os medicamentos. Além disso, mais precisa ser feito para garantir que as famílias tenham acesso a alimentos seguros. Os autores sugerem que todos os mercados disponibilizem corredores para alimentos acessíveis livres dos alérgenos mais comuns.

Leia também: Seu filho tem alguma alergia alimentar?

Fonte: Pediatrics may 2016 – “Socioeconomic Disparities in the Economic Impact of Childhood Food Allergy”

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 26 de setembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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