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Nas últimas semanas tivemos contatos com notícias assustadoras para a maioria das pessoas. Um jovem, com problemas emocionais, matou vários de seus colegas após entrar com um fuzil na escola e disparar contra pessoas aleatoriamente. Uma criança de quatro anos foi morta e outra ferida por estarem brincando com uma arma numa comunidade do Rio de Janeiro.
Podemos pensar que isso não acontecerá conosco, mas será verdade?
O suicídio é a segunda principal causa de morte para crianças americanas de 10 a 17 anos. Para as crianças nessa faixa etária, as armas de fogo representaram mais de 40% de todos os suicídios. No Hospital Sabará, atendemos poucos adolescentes com tentativas de suicídio, mas elas existem. No Brasil, o índice de suicídios na faixa dos 15 a 29 anos é de 6,9 casos para cada 100 mil habitantes, uma taxa relativamente baixa se comparada aos países que lideram o ranking – Índia, Zimbábue e Cazaquistão, por exemplo, têm mais de 30 casos. O país é o 12º na lista de países latino-americanos com mais mortes neste segmento.
Um estudo da edição de março de 2018 da revista Pediatrics, “Armazenamento de armas de fogo em casas com crianças com fatores de risco de automutilação”, examinou se o risco de automutilação de uma criança é afetado pela probabilidade de ter uma arma no lar. Os pesquisadores descobriram que as armas de fogo eram tão propensas a estar presentes em lares com crianças que tinham história de fatores de risco de automutilação, como depressão ou outras condições de saúde mental, como em casas onde nenhuma criança tinha história de fatores de risco. Eles também descobriram que dois terços das casas com crianças e armas de fogo armazenavam pelo menos uma arma de fogo destrancada e carregada, independentemente de as crianças na casa terem fatores de risco.
A Academia Americana de Pediatria recomenda que a casa mais segura para uma criança seja uma sem armas de fogo, mas que o risco de lesão pode ser substancialmente reduzido, mas não eliminado, armazenando todas as armas de fogo fechadas, descarregadas e separadas das munições.
Os pesquisadores concluíram que a história de depressão de uma criança ou outros fatores de risco não parecem influenciar as decisões dos pais ou cuidadores sobre se devem ter armas de fogo em casa ou se as armas de fogo em casa são armazenadas conforme recomendado pela Academia Americana de Pediatria (isto é, bloqueadas e descarregadas).
Saiba mais sobre este assunto:
Suicídio em adolescentes, segunda principal causa de morte
O suicídio entre jovens brasileiros
Fonte: Pediatrics – February 2018
Firearm Storage in Homes With Children With Self-Harm Risk Factors
John Scott, Deborah Azrael, Matthew Miller
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 26 de novembro de 2024