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Mesmo que seja complicado no início, nada como manejar o tempo e tê-los comigo a todo instante
Então, eu me lembro de permanecer internada no quarto dos meninos devido às necessidades e os cuidados que me tomavam o dia inteiro. Banho, mamadas, cólicas infinitas (esse assunto merece um capítulo à parte, do tipo longo), colocar para dormir, não querer dormir, cólica de novo, outra mamada… Uma maratona, ou melhor, duas! Melhor ainda, três!
O meu banho durava 1 minuto e 45 segundos. As minhas roupas revezavam-se entre um roupão branco e outro também branco com bolinhas rosa. Sim, é bem mais fácil vestir um roupão. A gente mal tem tempo para escolher uma roupa que nos sirva nessa fase horrenda do pós-parto (outro belo capítulo, de rir e chorar).
Daí, depois de um tempo, a Manu entendeu que aquela era a nova rotina da casa. Pior ainda, a minha rotina, as minhas obrigações, de modo que ela passou a sinalizar que não gostava nada daquela história. Não foi difícil entender, afinal, cada vez que eu ia entrar no quarto dos irmãos, ela se agarrava às minhas pernas e berrava “NÃÃÃO!”. Precisava ser mais clara?
E o meu coração apertava. Os três precisavam de mim de maneiras tão diferentes… E entendi que tinha chegado a hora de equilibrar todos esses pratinhos direito. É verdade que eu tive muita ajuda. Quando chegavam os finais de semana, especialmente os de folga da babá, a minha mãe ou a minha sogra davam uma forcinha com a Manu, para ela sair daquela “bebezada” e passear. Mas aquilo também me doía horrores, pois achava que a função era minha. A responsabilidade de cuidar dos meus três filhos, passear com eles, era MINHA!
Hoje, chego até a achar isso uma besteira. Tem coisa mais deliciosa do que passar um fim de semana na companhia da avó? Mas, na minha cabeça recém-parida-cheia-de-hormônios-malucos, delegar era muuuuito difícil, ainda mais para mim, que sempre fui muito centralizadora e controladora.
Reuni forças sem medir esforços para planejar uma rotina razoável de atenção aos três: acordava cedo, cuidava dos meninos, entrava no banho, punha um vestidinho soltinho báááásico e saía com a baixinha. Tomamos muito café da manhã na padaria, passeamos muito na pracinha e, devo confessar, com a maior alegria do mundo. Ela foi, e ainda é, uma supercompanhia para aqueles programas e compromissos em que eu posso levá-la. Sim, os filhos nascem, mas a vida continua, o supermercado e todas aquelas tarefinhas e pepininhos do dia-a-dia ainda precisam ser feitos…
E a verdade é que a rotina muda, o tempo das crianças também e suas necessidades. Eles crescem muito rápido. De repente, todo mundo brinca junto no chão e faz a maior bagunça! As calças jeans voltam a nos servir, as batinhas de malha praticamente vão para doação, o banho é coletivo e, na hora de sair, a mamãe chama: “vambora, turminha, que o elevador já chegou!”. E eles saem andando e se empurrando em uma fila meio duvidosa, os meus três pituquinhos…
Originalmente postado em: Mamãe Tá Ocupada