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Um dos objetivos do meu blog, o Tempojunto, é conscientizar os adultos sobre a importância do brincar. As vezes me pego desejando não ter que ficar repetindo a toda hora que brincadeira é coisa séria, mas o fato é que muita gente ainda acha que, quando brincam, as crianças não estão fazendo nada e que, por isso, precisamos encher suas agendas de atividades que as prepare para o futuro. Como se o processo de educação formal fosse a única coisa que importa e que a escola fosse o único lugar onde o aprendizado acontece.
Na verdade, a brincadeira é o trabalho das crianças. Através das brincadeiras as crianças conseguem se desenvolver do ponto de vista físico, emocional, cognitivo e social. Essas habilidades são como se fossem os fios de uma corda. O aprendizado só acontece quando o cérebro entrelaça esses fios. Quanto melhor eles forem tecidos, mais forte e duradoura será a corda do aprendizado.
A Fundação Maria Cecíla Souto Vidigal, uma fundação familiar que se dedica à promoção do desenvolvimento da primeira infância, que é o período que vai da gestação aos seis anos de idade, elaborou um folheto que está disponível no site, que fala que brincar é tão importante quando dormir e se alimentar! Nesta cartilha você encontra uma explicação muito boa sobre os tipos de jogos que fazem parte da infância e que eu vou transcrever aqui
Agora que você já conhece os tipos de jogos, qual é seu papel como adulto para estimular o brincar? O primeiro é fornecer o tempo, o espaço e os objetos para que as crianças brinquem. A agenda das crianças tem que ter tempo livre. A casa tem que permitir o brincar sem o excesso de nãos que inibe a criatividade.
O segundo é entender que a criança precisa do bate-bola com o adulto para poder se desenvolver. Quando ela forma uma palavra ou faz um gesto e o adulto está por perto devolvendo com uma reação (um sorriso, uma palavra, um gesto), o cérebro da criança reage e consegue se desenvolver através deste relacionamento de mão dupla.
Por fim, cabe ao adulto observar as crianças brincando para entrar no seu universo e assim conseguir entender os filhos, suas características e como eles compreendem o mundo. Como disse uma vez a psicóloga infantil Patrícia Garcia numa entrevista para o Tempojunto, a brincadeira é uma chave de ouro para entender as crianças”. Mas você só vai conseguir usar esta chave se estiver lá por perto, brincando.