Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Até dez

Eu não sei vocês, mas uso muito o artifício do “contar até dez” quando carga extra de paciência é vital em certos momentos.
E se você leu o post anterior, com certeza vai entender que contar até qualquer número que seja é um grande desafio pra mim.


A matemática não faz parte do meu entendimento de mundo.
Os números me são inimigos indecifráveis.
E a vida é feita de vírgulas, não em cálculos.
Enfim, contar até dez significa muito pra mim.
Logo, passou a significar mais ainda, láááá atrás, quando Isaac começou a entender os números e – socorro – descobrir paixão intensa por eles.
Só que a questão aqui deixa a educação com um pé em cada canoa, de maneira positiva.
Numa canoa que flutua tranquila em água cristalina, uma carga leve (pra quem gosta) das infinitas possibilidades que a matemática oferece.
Na outra, navega o explicar a criatura fofa, que outro dia nem falava, que os números podem ajudar a passar por vários (se não todos) os obstáculos que enfrentamos todos os dias.
E nessa canoa aí está a mãe, com uma canequinha na mão, tirando a água que entra e ameaça naufrágio.
Drama a parte, não é tarefa fácil ensinar paciência.
Confesso que até tentei de forma numérica, mas não consegui.
Não há fórmula ou tabela.
Lei, teorema.
Nesse problema aí, o da paciência, entre o zero e o um flutuam muitos e muitos motivos e poréns.
Entre todas as milhares de tentativas, mais um tanto ainda de possibilidades.
Daqueles resultados que a calculadora não consegue mostrar.
Mas mãe não desiste, nem diante dos resultados mais improváveis.
E mãe conta.
Conta história sim, mas conta até dez um milhão de vezes, quebra a cabeça, até chegar onde pede toda e qualquer equação.

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