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O meu papel de mãe sempre será um prato cheio de surpresas, de satisfação e, claro, de pura nostalgia
Olha só, meu pequeno Isaac já dá suas corridas.
Não é mais tão pequeno assim.
E essa mãe aqui, quando para, desmaia. Filho andando, correndo, brincando, descobrindo cada detalhezinho da vida, falando sobre ela. Contar o que acha. É a vida se fazendo e transformando ali, bem em frente aos nossos olhos.
Aí, percebo e entendo que a maternidade é uma dádiva. Criar e educar um filho é um presente. Sou grata!
É tanta experiência que, às vezes, me culpo por não conseguir acompanhar ou ter uma reação imediata a tudo. Não conseguir registrar como deveria.
Infelizmente, o livro do bebê ficou num canto do armário e, no lugar dele, resolvi viver. Viver os centímetros a mais, usar as mãos para brincar, os pés para correr, os olhos para analisar e exercitar bem o cérebro para guardar as lembranças.
Vou enfiando cada pedacinho de novidade na gaveta do coração. E que “gavetaço” cada mãe tem! Vivo repetindo: cadê a câmera? Ah… Se meus olhos batessem fotos… E as imagens estão aqui sim. Em algum lugar, guardadinhas. E elas vêm quando eu mais preciso e quando quero sentir aquele cheiro, aquele abraço ou ouvir aquele “mamãe” da madrugada.
Ser mãe é ter culpa, mas a gente também aprende tão rápido a lidar com ela quanto fazer mamadeira, preparar o banho e a trocar a fralda.
Viver a maternidade e as questões que a envolvem não é um bicho de sete cabeças. Tem dias que é um de 11 cabeças, mas tem outros que é um de uma só e de fácil compreensão. Quase uma cartilha “Caminho Suave”.
E a paciência? Tem dias que peço perdão a Deus por ter desejado tanto o meu pequeno e não conseguir ter paciência para lidar com ele. Mas, há dias em que ele dorme e eu ainda fico lá, cheia de gás, querendo que o dia nunca acabe.
É uma coisa engraçada, feliz, leve. É uma música em que a letra é linda e a melodia nunca acaba. Quando precisa animar, agita. Quando precisa confortar, acalma.
Coisas da maternidade.
E ela é sim uma viagem. É um texto, um quebra-cabeças. Um livro, um blog. Um calorzinho num final de tarde. Um abraço com um beijo cheio de baba de dente nascendo.
Eu acho que é, no final das contas, uma satisfação.
Pra mim é.
Postado Originalmente: Viajando na Maternidade