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Sem nem piscar e com a maior honra do mundo, aceitei o convite de escrever para o blog do Hospital Infantil Sabará. Agora me vejo absolutamente sem idéias olhando para uma tela em branco do Word. Confesso: a maior dificuldade é me ver, como colaboradora, no meio dos profissionais que eu mais admiro na vida, os médicos. Quem sou eu diante de tanta dedicação, conhecimento e anos de estudo?
Melhor me apresentar logo de uma vez e tentar convencer a mim e a vocês (da importância?) do meu espaço aqui.
Sou Psicóloga Clínica formada pela PUC-SP e dediquei os 5 anos seguintes a minha formatura à educação infantil. Parei de dar aulas no momento da minha licença-maternidade. Depois que a minha primeira filha nasceu, a Manuela, que completará 4 anos em Junho, tive a certeza que não queria fazer “jornada dupla” e resolvi que seria mãe em período integral e por tempo indeterminado.
Seis meses após o nascimento da Manu, descobri que estava grávida de novo, mas dessa vez era diferente: eram dois bebês! Gêmeos univitelinos! Joaquim e Pedro nasceram quase 9 meses depois e estava formado o meu berçário: eram 3 filhos com um intervalo de 1 ano e 2 meses entre eles.
Com essa nova realidade, entendi direitinho o sentido do termo “linha de montagem” e também que a minha experiência como professora de educação infantil, com 15 alunos em sala de aula, tinha sido, na verdade, um grande estágio para a “profissão mãe”.
Quando a gente tem um filho só, é bastante fácil e até provável que façamos uma “redoma” ao redor do nosso maior tesouro. A minha condição de mãe de quase trigêmeos era o oposto da redoma. Comum mesmo era trocar a fralda de um filho, enquanto observava o outro tentando das uns passinhos, cair e chorar e mais um outro enfiando terra de algum vaso da casa na boca.
Me lembro quando mudamos de apartamento antes dos meninos nascerem e as pessoas ficavam preocupadas com o fato de termos comprado um apartamento que tinha um degrau na sala. Todo mundo comentava, assim meio chocado: “mas você tem criança e vai comprar um apartamento com um degrau no meio da sala??? Isso é muito perigoso!”. Pois bem, muito perigoso, mas devo lembrá-los de uma coisa: o mundo aí fora está cheio de degraus, das mais variadas alturas e periculosidades. Não adianta botar filho na redoma, porque uma hora ele vai sair dela e vai dar de cara com um degrauzão enorme! E daí, vai saber ultrapassá-lo?
As minhas experiências profissional e pessoal me ensinaram que a redoma não importa e também não é expressão do amor incondicional de pai e mãe. A gente tem é que ensinar os filhos a viver fora da redoma, ultrapassando todos os degraus com maestria, segurança e tranqüilidade.
Para essa tarefa, não é a linha de montagem que vai dar conta da “missão”, o olhar deve ser outro. A mãe e educadora se junta à psicóloga para observar e identificar quem precisa do apoio de uma mão ao subir um degrau, quem tem muito medo do degrau e quem achou o degrau a coisa mais fácil do mundo. São visões, desafios, habilidades e dificuldades absolutamente diferentes, que requerem ajudas e estímulos também diferentes. Não é preciso ser educadora ou psicóloga para enxergar e ajudar nesse processo de crescimento e desenvolvimento. A gente só precisa abusar daquilo que as mães têm de melhor: os olhos, o coração e os instintos.
E é sobre isso que eu pretendo escrever e conversar com vocês aqui. Sou uma mãe sem (muitas) “neuras”, muito prazer. Do tipo que já checou e checa muito se os filhos estão respirando à noite enquanto dormem, mas que nunca colocou protetores nas tomadas de casa, entendem o tipo?
Vamos nessa??
mensagem enviada
Qto orgulho Camilinha!
Amei o post e já adicionei o blog na listinha(?) dos meus favoritos!!!
Bjos e mto scesso pra vc!
Ca, já estou seguindo você aqui também! Parabéns, lindona e boa sorte!
Oi Camila!!!
Muito legal este blog do qual, agora, vc é colaboradora! Certamente seus textos enriqueceram ainda mais o conteúdo deste, que até então era desconhecido para mim!
Adorei o blog, o seu texto e suas abordagens!
Aposto que sua colaboraçao como mãe será mesmo muito especial!!!
Parabéns!
Beijos
Ju Dalzoto
Camila, parabéns! Começou arrasando por aqui também.
A analogia entre o degrau da sala e os obstáculos no crescimento das crianças é muito pertinente.
As leitoras do Sabará têm muito a aprender com uma mãe firme sem ser autocrática, doce sem ser melosa.
Um degrau a menos na sala de suas casas!
Muito bom Camila! Vai ser um prazer acompanhar as suas aventuras com as crianças por aqui também! Tenho certeza de que será sucesso, como o seu blog já é!
Também sou mãe de três e me enquadro na categoria de mãe sem neuras, porque, com três, se fosse estressada, já estaria louca!
Bjos e boa sorte!
Ivana
Oi, Camila!
Parabéns, adorei!
Sou mãe de um menino de 5 anos, porém sinto que não sei se o q faço está correto, sabe aquela sensação de que falta algo ou fiz demais???!!! Qual seria sua dica p esse tipo de sentimento?
Beijo grande!
Obrigada.
Rejane, quem responde é o Dr. José Luiz, pediatra do Hospital Sabará. É muito comum que as mães tenham este sentimento de não fazer o suficiente ou de se sentir culpada por trabalhar ou tantos outros problemas. A nossa dica é que leia o livro da Tânia Zaguri, “Para não padecer no Paraíso”. Obrigado.
Olá Camila,
Encontrei seu site por acaso,mas na vida nada é por acaso.
Tenho uma sobrinha que adoro e a bastante tempo eu e minha mãe temos comentado da magreza dela , hoje com 9 anos.
Nasceu prematura, delicada , gentil, mas com uma grande dificuldade de se alimentar bem.
Não toma refrigerantes nem suco de fruta, SÒ AGUA.
A Mãe é cuidadosa sempre fez acompanhamento com a pediatra e para nossa surpresa tem colesterol alto .
Eliminou bastante o chocolate, uma das suas facinações.
Muito dedicada aos estudos, e nossa preocupação é a falta de interesse dela pela comida.
Tenho me preocupado muito com ela e já pensei em pagar uma nutricionista para ela . O que me aconselha?
Abraços.
Lidia
Olá Lidia, sua dúvida foi encaminhada ao nosso corpo clínico e em breve lhe daremos uma resposta. Abraços! 🙂
Lidia, parabéns pela preocupação com sua sobrinha!
A Camila não é mais colaboradora em nosso Blog, mas o nosso conselho é que você procure sim um especialista para orientá-la sobre o caso dela.
Abraços! 🙂