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Da mãe que se entrega e do menino que não se suja
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Da mãe que se entrega e do menino que não se suja

Da mãe que se entrega e do menino que não se suja

14/06/2013
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Em meio às brincadeiras, quem acaba sendo a criança sou eu

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Eu sou assim.  Me entrego. A tudo.

Sentimentos, tarefas, livros, amores, amizades (nem tanto, mas é a vida), enfim…

Sou caxias. Sou espontânea. Sou dessas.

Então que ser mãe deveria ser coisa simples pra um ser com essas características, certo?

Péééééé… Errado.

Tá certo que pra quem já é acostumado. Viver a maternidade pode ser um estágio mais avançado de se entregar.

Ok, a vida é feita de desafios, degraus e fases.

Mas, acontece que a pessoa aqui se joga em tudo. E eu percebi mais isso sábado, no parquinho.

Mães da geral estavam calçadas, batendo a areia da roupa assim que um grão mais ousado resolvesse por ali encostar.

Esta que vos tecla estava tão mergulhada na lama que provocava olharezinhos bobos e questionadores.

E mergulhada feliz, assim como um porquinho.

Ontem Isaac ganhou revistinha que ensinava a fazer ovo de dinossauro em papel machê.

Óóóó… Atividade com a cria?

Bem que ele quis, mas quem acabou enfiada no pote de água com farinha e papel picado?

Eu, né bem?

Que não arredei o pé do grude todo enquanto a bendita bexiga não estivesse completamente empapelada, colada e grudada.

E ai de quem mexer na minha obra de arte, a qual pretendo pintar, cortar e finalizar bonitinho ainda hoje.

Coisas simples da vida em que a gente vai se percebendo.

E percebendo o filho.

E meu filho é daqueles nojentinhos, sabe?

Que detesta areia na sandália, folha seca grudada na bunda, pretinho sob as unhas.

Isaac odeia qualquer coisa mais viscosa lhe pegando. E incluo na categoria colas, tintas, massinhas e afins.

Logo, o arrepio que lhe causa a lama fica intensificado cada vez que ele vê a própria mãe de barro até a tampa.

Logo, ele largou o projeto do ovo de dinossauro assim que percebeu qual era a base do trabalho.

Logo, tinta sem pincel e sem um rolo inteiro de papel toalha do lado é impossível lá em casa.

E eu já aprendi que ele é assim.

Acho uma judiação, é fato, já que é uma delícia essas atividades melequentas.

Mas ele já aprendeu também.

Que tem a mãe louca, desapegada do fator sujeira e fã de Omo.

E o melhor dessa história?

(E sei que Freud explica que tem muita gente que vai me julgar e ter dó do meu filho…).

É que ele se diverte por minha causa. Dos meus atos. Do meu jeito.

E ri bobo, de cantinho de boca, sabe? Cada vez que sentamos num parque, resolvemos “fazer trabalhinho” ou nos arriscar na cozinha.

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Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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