Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Década

O primeiro dia de maternidade a gente não esquece.

A primeira madrugada.

O primeiro sorriso.

O primeiro xixi na cara e o primeiro banho.

O primeiro dia no berçário, na escolinha.

A primeira palavra.

A primeira vez que dormiu na vovó, ou foi passear sozinho com a escola.

O primeiro aniversário que você não foi convidada.

A primeira pergunta sobre sexo, ou sobre morte.

O primeiro “não precisa mãe”.

O primeiro “valeu mãe!”

A primeira revirada de olhos, resposta atravessada ou o grito impaciente.

A primeira montanha russa e o primeiro “você é a melhor mãe do mundo”.

O primeiro tombo e o “eu te amo” verbal e consciente.

O primeiro “eu te odeio” também, do jeito que for.

O primeiro amendoim enfiado no nariz.

O primeiro mergulho.

A primeira otite e o febrão.

Quando ele duvidou de você pela primeira vez.

Quando desconfiou, questionou.

Quando percebeu que sabia um pouco mais que você.

Ou que a vida não é só o seu colo.

No dia que mostrou que as asas estavam prontas para certos voos.

Ou que ainda não quando reconheceu que precisava d mais aulas.

O abraço antes de dormir que é o mesmo desde o primeiro.

O olhar doce.

As palavras carinhosas.

A mão na mão.

O coração que bate de saudade.

O choro sentido.

As perguntas infinitas também são bem parecidas.

Entre aquele chorinho apertado de quando o ouvi pela primeira vez e o “mãe termineeeei”.

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