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O brinquedo deve atender a princípios básicos de segurança e ajudar a estimular o desenvolvimento do pequeno em cada fase em específico.
Os pais devem ficar atentos na hora de escolher os brinquedos para presentear os pequenos no Dia das Crianças. O primeiro passo, de acordo com os pediatras, é ver se o objeto almejado está de acordo com a idade da criança e apresenta o selo do Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), o que significa que ele já foi testado e representa menos riscos. Mesmo assim é essencial que um adulto supervisione a brincadeiras dos pequenos. Muitos brinquedos, principalmente aqueles “piratas” comprados nos camelôs sem avaliações de órgãos competentes, podem apresentar peças pequenas e perigosas que podem ser ingeridas, gerar sufocamentos e até levar à morte em casos mais graves. Não são raros esses tipos de acidentes nas emergências dos hospitais.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, os acidentes domésticos representam a principal causa de morte em crianças e adolescentes, entre 1 e 14 anos, somente no Brasil. Cerca de 6 mil crianças morrem e 140 mil são hospitalizadas devido a acidentes desse tipo, sendo que 90% deles poderiam ser evitados.
Curiosas, as crianças costumam colocar as peças pequenas dos brinquedos na boca, nariz e ouvido. Além disso, é possível encontrar em exames moedas, colheres de tamanho reduzido e aquelas baterias bem pequenas de brinquedos. As últimas, aliás, representam um perigo à parte, pois podem ser altamente tóxicas quando ingeridas.
A maioria das vítimas de aspiração de corpo estranho são lactentes e crianças nos primeiros anos de vida. Estatísticas mostram que 84% dos casos ocorrem até os três anos de idade. Os meninos são mais propensos do que as meninas (2:1). Na maioria das vezes, o corpo estranho é deglutido e vai para o sistema digestivo, podendo ser eliminado nas fezes. Em alguns casos, é necessário algum procedimento para retirada do objeto. Se o corpo estranho for para as vias respiratórias, o quadro pode ser mais grave.
Cerca de metade dos casos é diagnosticado em até 24h após o acidente, entretanto, na outra metade não ocorre a observação de evento e o diagnóstico do problema é feito dias ou até semanas após o acidente, quando a criança passa a apresentar sintomas progressivamente mais intensos e até pneumonia.
Se notar que a criança engoliu ou aspirou algo que não deve, você deverá procurar assistência médica o quanto antes. Evite tentar retirar o objeto se não estiver visível.
De acordo com a pediatra Fátima Rodrigues Fernandes, gerente médica do Pronto-Socorro do Hospital Infantil Sabará, esses acidentes podem resultar em vômitos, paradas respiratórias e obstruções intestinais graves. “Remover esses objetos da boquinha das crianças, nariz ou orelhas pode tornar a situação ainda mais séria, pois esses objetos podem sair do lugar. Se forem aspirados para os brônquios, um quadro de insuficiência respiratória não é incomum. Recentemente um garoto morreu asfixiado com um chiclete em Belo Horizonte”, esclarece.
Em caso de asfixias, é muito importante que os pais ou responsáveis chamem um serviço de emergência, Existem manobras que podem salvar os pequenos quando engasgam, mas só devem ser realizadas por pessoas treinadas e se a criança estiver consciente. Em bebês menores de 1 ano, o ideal é colocá-los de costas no colo e dar golpes firmes em direção à cabeça, com a palma da mão na região do meio das costas.
Em crianças mais velhas ou adultos, a manobra de Heimlich é aplicada de outro modo. Consiste na realização de compressão abdominal, abraçando o paciente maior de 4 anos pelas costas, e em lactentes, colocados em decúbito ventral, pressionando-se a região posterior do tórax, deve ser transmitida aos pais nas situações em que deva ser aplicada.
A pessoa ao aplicar a manobra deverá posicionar-se atrás da vítima, fechar o punho e posicioná-lo com o polegar para dentro entre o umbigo e o osso esterno. Com a outra mão, deverá segurar o seu punho e puxar ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para cima e para dentro a partir dos cotovelos. Deve-se comprimir a parte superior do abdomen contra a base dos pulmões, para expulsar o ar que ainda resta e forçar a eliminação do bloqueio. É essencial repetir-se a manobra de cinco a oito vezes. Cada empurrão deve ser vigoroso o suficiente para deslocar o bloqueio.
Essa manobra reduziu a incidência de acidentes fatais, visto que medidas tomadas diante desses acidentes, como a tentativa de retirada do objeto com os dedos e a respiração boca-a-boca, podem tornar uma obstrução parcial em total, sendo, portanto, contra-indicadas.
Detalhes que fazem a diferença
Na hora de escolher os brinquedos, vale a pena ficar de olho em alguns detalhes:
– A aspiração de produtos não-alimentares é menos freqüente e requer diferentes medidas preventivas, pois envolvem também crianças maiores. Deve-se ter, inicialmente, o cuidado com o ambiente onde a criança mais permanece, evitando-se pequenos objetos jogados pelo chão ou em outros lugares ao alcance da mesma, tais como pregos, parafusos, tampas de canetas e similares;
– Deve-se selecionar os brinquedos segundo a idade; para crianças mais novas, por exemplo, aqueles que não contenham partes pequenas removíveis. Vale lembrar que alguns brinquedos determinantes do acidente não pertencem à própria criança, mas a irmãos mais velhos e por eles deixados ao seu alcance.
“No Brasil, é ainda incipiente a atenção dispensada pela indústria e pelas autoridades e instituições de saúde à prevenção de acidentes por aspiração de corpos estranhos”, opina a Dra. Fátima Fernandes. Seria indispensável que o Ministério da Saúde e as Secretarias de Estados e Municipais estabelecessem campanhas educativas que atingissem toda a população. Entidades de caráter científico, como escolas de medicina, associações de classe e sociedades científicas, deveriam contribuir, paralelamente ou de forma integrada com órgãos públicos, para realização das campanhas preventivas aqui preconizadas.
Por Fatima Rodrigues Fernandes
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DEVEMOS CUIDAR BEM DE NOSSAS CRIANÇAS ELAS SÃO BENÇÃO EM NOSSAS VIDAS