Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Do conhecimento ao afeto

Do conhecimento ao afeto

Do conhecimento ao afeto

No início deste ano pude assistir a uma aula de música dada por uma professora que encantava a todos com seu teclado. O mais marcante foi o pedido insistente de um garotinho de oito anos para se apresentar ao grupo − uma daquelas mentes brilhantes que podemos observar em classe.

A professora permitiu e, logo, o talento demonstrado fez com que todas as crianças ficassem atentas. Ele tocou um trecho do hino da França. Porém, a surpresa foi quando, perguntado pelo grupo que música é esta, respondeu:

− “É o Hino da Revolução Francesa!”

Acredito que a vivência de muitas crianças com o universo cultural é de fundamental importância para todas as instâncias de suas vidas, pois, ao sensibilizar e oferecer conhecimento a seu filho, você contribui de forma significativa para que ele tenha experiências inesquecíveis!

O exemplo que citei do talento do aluno e da situação vivida em classe demonstra a atuação familiar para que a atividade desta criança fosse possível. E é justamente esta questão, a postura dos pais, o comprometimento, a vontade de despertar interesse, os comportamentos adotados, que me levam a constantes reflexões sobre Educação.

Em nosso momento atual, com a internet, os jogos virtuais, é comum assistirmos aos pequenos com seus eletrônicos, cada vez mais solitários. Não que eu seja contra tais recursos, de forma alguma! O que é importante ressaltar é o quanto o contato um a um, ou seja, mãe e filho, pai e filho, ou qualquer outra variável das famílias de hoje, pode trazer conhecimento e valores. Certamente a família do talentoso aluno que tocou teclado conversou com ele sobre o marco que a Revolução Francesa trouxe à sociedade, pois o garoto soube explicar à classe; o incentivou a tocar; explorou suas capacidades; observou suas vontades e tantas outras habilidades foram estimuladas para que ele chegasse aonde chegou. Outro ponto interessante foi a diversidade musical proporcionada por um gênero que não necessariamente é tão próximo das crianças. É por isso que a convivência e a interação com os filhos sempre trazem uma parcela expressiva de conhecimentos e, sobretudo, afeto.

Em orientações às famílias, observo que é nítida a dificuldade que os pais têm em lidar com os filhos. Costumo dizer que, com as novas formas de conviver, o tema Educação fica, muitas vezes, distante e estranho. No entanto, segundo muitos especialistas, instrumentar-se das questões que se referem ao trato ou manejo das crianças é um fator considerável. Procure favorecer relações de intercâmbio como estas que exemplifiquei entre você e seu filho, participe de forma prazerosa de seus assuntos e procure lhe trazer questionamentos, pesquisas em livros ou internet para subsidiá-lo. Muitas vezes, parece difícil estimular a criança em casa, mas ela pode ser motivada através de qualquer outro conteúdo ou objeto de seu mundo.

A relação entre pais e criança, segundo o psicólogo Arnold Gesell, é verdadeiramente de fundamental importância na modelação da personalidade. Organizar a rotina do adulto e da criança de modo a lhe garantir a saúde mental é um exercício de duplo sentido, de modo que ajustem o triângulo pais, escola e criança, como diz o autor.

É efetivamente ajustar, de maneira que a criança não seja mero espectador e sim participante ativo na troca de informações e construções de conhecimentos com seus pais.

É assim que acredito que se desperta o interesse do aluno pelo estudo e pelo conhecimento, moldando a criança, sensibilizando-a para a investigação, para a descoberta!

Fundamentalmente juntos!

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Por Liliam Abrão Martins, professora de Ensino Fundamental I e Educação Infantil, Psicopedagoga e Analista Junguiana.

Atualizado em 7 de agosto de 2024

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