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Quando não havia mais solução, eis que surge uma luz no final do túnel
E sim…
Vou entrar naquele blábláblá todo de não tem segredo, é só ter paciência, cada criança tem sua hora.
E sim. Tenho plena consciência de que mãe não escuta nada disso e gosta mesmo é de viver no desespero, no drama e no cansaço pleno.
Confessemos.
Eu mesma já perdi as contas de quantas vezes ouvi o mantra materno-irritante “vai passar”. E tenho menos conta ainda de quantas zilhões de vezes eu ignorei ou passei o tal mantra pra frente como se nada tivesse a ver comigo.
O processo de desfralde com o Isaac foi longo.
Ficamos mais de um ano entre cueca, troninho, fralda, chão molhado, cocô na calça, escapadas e afins.
Ensinar menino a fazer xixi no ralo do chuveiro, na pedrinha, na graminha, na plantinha e finalmente no vaso sanitário é baba.
A gente apanha no começo, mas a coisa flui.
Ótimo.
O que sofremos aqui foi com o desfralde. Esse sim teve vários processos.
Tentamos de tudo.
E no final, tenho uma mistura de receitas testadas e aproveitadas que me levaram a um mesmo resultado.
Calma que vai passar.
Não me xinguem e nem me atropelem caso venham comer um sanduíche aqui na minha cidade.
Mas é bem isso.
Quando resolvi que não aguentava mais insistir, que Isaac idem, que tava muito chato… Parei.
Assumi o “quer na fralda, faça na fralda” e fui feliz.
Lógico que, como mãe E bicho besta, não abandonei a causa.
Lembrava dela, falava dela, mas de leve.
Cortei o cocô na frente da TV, com brinquedo, com gracinhas e opções múltiplas.
Tentei deixar a fralda sem graça, assim, como quem para de rir de uma piada velha.
Até que essas graças de vida e do sistema capitalista colocaram um brinquedo carérrimo na lista de desejos do Isaac.
É daqueles desejos fortes, olhinhos brilhantes e minutos de silêncio, sabem?
Então.
A gente tinha resolvido dar o dito de aniversário.
Mas, sábio maridex resolveu negociar (sangue libanês mode on).
Trocaria o tal brinquedo por 3 dias seguidos de número 2 no trono.
Isaac meio que ignorou o acordo até o dia que foi na casa de um colega (beijo grande e apertão da tia infinitos) que tinha o tal brinquedo.
E ali teve a oportunidade de ver concreto seu desejo abstrato.
E, no dia seguinte, pediu pra usar o banheiro. E, como Deus é grande e me enche de bênçãos, Isaac nem quis o tal troninho, vasão mesmo.
De gente grande.
E lá foi a mãe arteira fazer painel para adesivos dos 3 dias seguidos.
E lá foi filhote pra tronância.
No terceiro dia, ganhou o brinquedão.
(Ele gritava no carro, abraçado ao pacote, como se tivesse ganho uma medalha olímpica).
No quarto dia, quando a vontade bateu e nós fomos ao banheiro, ele olhou bem para o painel completo.
Parou pra pensar segurando a calça.
Olhou bem pra mim e disse:
– Já fiz 3 dias?
– Já Isaac, já sim! – responde a mãe toda animada, com orgulho transbordante, louca de felicidade.
– Então eu não peciso mais disso. Quelo a falda de novo.
Sabe aquele quase desmaio de novela? Mãozinha na testa?
Foi quase…
Olhei bem nos olhos dele e fui firme.
Disse que seria uma besteira muito grande voltar a usar a fralda.
E apertando bem ele nos meus braços disse que tinha certeza absoluta que ele ia conseguir usar a privada pra sempre.
– Então me põe na pivada mamãe, puquê tá saindo…