Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Esse velho aí não existe

Das loucuras dessa vida, a maior – creio eu – é esquecer que o tempo passa, e junto com ele a inocência e as gracinhas infantis.

Isaac ainda é criança. Sim. Sim.

Mas não é mais um bebezinho.

Nem um menininho fácil de enganar. 

Acontece que no começo do mês ele veio falando sobre os presentes de natal.

E eu, toda desatualizada, perguntei sobre a cartinha que ele escreveria ao noel.

E tomei, claro:

– Eu sei que não é ele que traz os presentes.

Ploft!

Momento drama da mamãe.

Aquele mimimi todo que vocês já conhecem.

Logo pensei que com sete anos eu já tinha mandado o bom velhinho à merda.

Então, tudo bem.

Bom,

E como vocês também me conhecem, eu não deixei quieto:

– E quem é que traz os presentes, Isaac?

– Uma pessoa vestida de papai noel, ué.

– Uma pessoa qualquer?

– É. Um desconhecido.

– Alguém que não te conhece?

– É.

– E traz um presentaço pra você no natal?

– É.

Ploft!

Momento mãe lokalokaloka.

Pensei em cooooooomo meu delllllssss!!!! Essa criança, nesse mundo louco, cheio de perigos, poderia i-ma-gi-nar que um estranho pode ser legal a ponto de dar um presente pedido e aguardado durante o ano toooodoooooo??????

Bora destruir esse conceito aí, minha gente.

Bom, não sei se fiz certo. Não se se deveria, mas cortei aí.

Expliquei com calma, com amor e paciência… fui conversando até ele mesmo chegar a conclusão de quem, na real dava os presentes a ele.

Senti sim a decepção.

Fui olhada daquela maneira que arrepia, sabe?

Daquele jeito “sua velha cruel, mentiu pra mim durante tooodos esses anos????”.

Mas ó, passou.

Mas passou assim:

– Mãe, então se antes eu ganhava um presente do papai noel e um de você e do papai…. agora vocês vão me dar DOIS presentes?????

Né?

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