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Fato.
Não sou magrelinha nem nada.
Nunca fui.
Me amo com pança e tudo mas tem dias que detesto esse meu avesso de anorexia.
E lógico que Isaac convive com meus altos e baixos estéticos.
Lógico que acha tudo uma grande besteira.
Lógico que me ama assim mesmo, sem padrões.
E demonstra. A sua maneira.
Ele já me chamou de baleinha, fofinha, barrigudinha.
Lindo.
Ahã.
Depende do dia.
Mas acontece que agora a cria usa tudo no aumentativo.
Quando não, no superlativo.
Não enxergo preconceito ou maldade não. É o jeito que ele me vê e só.
E daí que quando não são pérolas, são a forma mais graciosa de acabar com a mamãe. Em ambos os sentidos.
Outro dia mesmo disse que meu popozão não passaria na porta.
Que queria pular no meu barrigão. E disse isso olhando com a mesma vontade que olha pra um pula pula inflável, daqueles bem cheios.
Já gritou pra todos os pais da escola, na hora da saída, como estavam grandes os meus peitões.
Ontem me cutucou até a exaustão. E quando perguntei o que ele queria, respondeu apenas que estava medindo o meu suvacão.
Mostrando a medida com as mãos, esticando beeeeeem os bracinhos.
Só para não haver dúvidas.