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Quem disse que não dá pra aproveitar o período com os pequenos e ainda descansar e se distrair?
Aquela biografia do Steve Jobs “morou” na minha mesinha de cabeceira por uns bons 7 meses. A verdade é que a foto da capa me intimidava em partes, não me gerava grande simpatia, bem no estilo “julgando um livro pela capa”. Além do mais, as centenas de páginas também não me atraiam muito, não.
A minha vida como leitora pós-maternidade – shame on me! – é bem pobrinha, já que sou acometida por milhões de interrupções durante qualquer atividade que resolva ter. Com a leitura, não seria diferente. E é um troço bem chato interromper um livro a cada duas linhas, cadê que eu consigo curtir e aproveitar um bom livro? Então, acabo ficando na leitura das revistas mesmo, de vários tipos e gostos, é mais rápida, mais dinâmica e pode ser interrompida com maior frequência, sem grandes prejuízos. (Se bem que é comum receber aquela conhecida revista semanal aos sábados, na hora do almoço, e só conseguir terminar a leitura lá pela quinta-feira, shame on me bem grandão!).
Pois resolvi enfrentar o Steve Jobs de cara durante as férias. Uma vida cheia de fatos conhecidos para muitos de nós e outras curiosidades interessantíssimas, muitos detalhes, geeks ininteligíveis registrados em umas 600 páginas. “Caramba! Será que eu consigo terminar esse livrão em 2 semanas de férias?”.
Este post não é sobre um livro ou sobre o Steve Jobs e seus geniais feitos e invenções, é sobre o fato de eu ter devorado um livro de 600 páginas em 5 dias, durante as férias com os meus três filhos. É inacreditável que isso tenha sido possível em meio a toda a responsabilidade de entreter e cuidar de três crianças, praticamente sozinha.
Não foi só esse livro, não. Foram umas 12 revistas, a descoberta de uma queda quase patológica por joguinhos bestas do iPad e, o melhor de tudo: aproveitei a companhia das pessoas que estavam de férias conosco. Bati papo, dei risada e me permiti uma (ou duas!) taças de vinho POR REFEIÇÃO, vão vendo…
O lance do vinho é engraçado. Depois que me tornei mãe, aboli praticamente as bebidas alcoólicas da minha vida. Eu pensava que qualquer golinho fosse tirar a minha “concentração” e me deixar incapacitada para cuidar da turminha. Preferia evitar, pessoa-mãe responsável que sou.
Mas, daí me permiti, e não foi nada disso. Foi bom. Até acho que a idade e uma certa camada de tecido adiposo na região abdominal colaboraram em prol da sobriedade, vão vendo…
Ler, rir, bater papo e curtir a companhia de queridos foi imensamente melhor do que todo o álcool das férias e isso só foi possível pelo fato de que OS MEUS FILHOS CRESCERAM!!!
Tive a primeira experiência de férias com os três em que eu curti muito e descansei de verdade (difícil saber se eu bebi ou dormi mais, vão vendo…). As solicitações e interrupções são menores, algo inversamente proporcional à independência e autonomia que eles demonstraram ter adquirido. Os conflitos são praticamente resolvidos entre os meus filhos, não tem mais mãe que fica mandando o irmãozinho emprestar o brinquedo para a irmãzinha, sabe? Melhor do que tudo isso é tê-los como companheiros em absolutamente tudo! De fazer longas caminhadas e jogar os tais joguinhos altamente viciantes (isso é, quando a pessoa-mãe imatura topava emprestar o iPad para os filhos, hohoho!).
Enfim, existem férias em seu literal sentido, no pós-filhos e com filhos!
Originalmente postado em: Mamãe tá Ocupada