Um levantamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) mostra que mais de oito mil crianças foram intoxicadas por medicação em 2016
A idade mais vulnerável é na faixa de um a quatro anos de idade. O descuido na hora de guardar medicações é um dos maiores perigos.
Em entrevista ao Bom Dia Brasil, o 2º vice-presidente da SBP, Dr. Edson Ferreira Liberal, falou sobre o tema. “Não tem muita razão de os pais terem muitos remédios em casa. Se você diminui a possibilidade de uma criança pegar os remédios, automaticamente as chances de ela se intoxicar também diminuem. É preciso colocar os medicamentos em uma prateleira o mais alto possível de forma que a criança, mesmo ao arrastar uma escada ou móvel, não consiga ter acesso”, explica Liberal.
Intoxicação por medicamentos envolvendo crianças representam um problema de saúde pública que ocorrem com frequência, mas pesquisas anteriores têm lutado para descrever completamente o escopo do problema.
Mais de 200 mil casos fora do hospital de erros de medicação são relatados nos EUA por ano, e cerca de 30% destes casos envolvem crianças menores de 6 anos de idade.
De acordo com um estudo com dados de 11 anos de pesquisa, publicado em 2014, a maioria dos erros de medicação envolvidos líquidos formulações (82%), seguido de cápsulas / comprimidos (15%).
O número e a taxa de erros de medicação aumentaram com a diminuição da idade, sendo que as crianças menores de um ano de idade são responsáveis por mais de 1/4 dos episódios.
A ingestão foi responsável por 96% de eventos, e 27% de todos os erros foram atribuídos a tomar inadvertidamente ou sendo dada medicação mais do que uma vez.
A maioria dos casos (94%) não necessitaram de tratamento médico, mas 25 crianças morreram como resultado de erros de medicação fora do hospital.
O Sabará Hospital Infantil tem uma das maiores portas de pronto atendimento para criança e adolescentes do Brasil. Atendemos cerca de 110 mil crianças por ano e nos meses de outono chegamos a atender 11 mil crianças por mês.
Para fazer isso de forma eficiente contamos com um sistema de triagem que favorece as crianças mais graves em detrimento da ordem de chegada. Temos uma grande equipe de pediatras e de enfermeiras treinadas para tentar amenizar o tempo de espera e de ter protocolos que deem segurança de estarmos fazendo o melhor atendimento possível.
A intoxicação por medicamentos em ambientes hospitalares podem causar sérios danos, incluindo a morte. Novas recomendações conjuntas para cuidados médicos de emergência emitidos hoje visam melhorar a segurança da medicação pediátrica, reduzir erros e salvar vidas. No Sabará Hospital Infantil seguimos as normas da Joint Commission International para segurança do paciente.
Melhorar a segurança da medicação pediátrica requer uma abordagem colaborativa, pois muitos desses erros são evitáveis.
Com essas novas recomendações, espera-se salvar vidas e melhorar os cuidados de saúde para as crianças começando antes que uma criança vá ao hospital, continuando por meio de atendimento de emergência e depois que um paciente é dado alta.
Essa é a vantagem de ter um hospital exclusivamente pediátrico como o Sabará. As pessoas estão atentas às doses, às preparações e diluições, além disso temos protocolos e treinamentos específicos para isso.
Outra preocupação é para as crianças que retornam para casa, a política recomenda fornecer dispositivos de entrega métrica ao lado de pictogramas para auxiliar na medição da medicação e diminuir os erros.
Este é mais um dos muitos artigos que eu já escrevi sobre este assunto, e nossa função e salientar a importância de consultar um pediatra antes de dar qualquer medicação para seu filho.
Quando for dar, prestar atenção na dose, no horário e como dar este remédio. Evite a automedicação e mantenha as medicações fora do alcance das crianças.
Saiba mais sobre erro de medicação no blog do Hospital Infantil Sabará:
Confira também:
Autor: Dr. José Luiz Setúbal
Fontes:
http: //globoplay.globo.com/v/6873936/programa/
http://www.sbp.com.br/imprensa/detalhe/nid/pais-teve-oito-mil-casos-de-intoxicacao-de-criancas-e-adolescentes-por-remedio-em-2016/?platform=hootsuite