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Menino pode chorar
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Menino pode chorar

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16/09/2011
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O meu filho Pedro tem uma chupeta com o desenho de um macaco nela. Chupeta querida, não dorme sem ela, a eternamente escolhida. Porém, como quase nada na vida é para sempre, essa semana encontramos um furo na chupeta. Chupeta furada é sinônimo de lixo na hora. Daí é que a coisa complicou…

Mostrei o furo para o Pedro, expliquei que a borrachinha poderia soltar e ele engasgaria, que isso é perigoso e, portanto, a chupeta iria para o lixo. Ele entendeu, concordou e quis jogá-la no lixo sozinho. Fofo, né?! Pois é, mas ele ficou arrasado. Cabeça baixa, carinha triste, falando no assunto o dia inteiro, fez questão de contar para todo mundo que encontrou.

Nessas horas, muitas pessoas acham graça nessa tristeza infantil, saem por aí contando a delícia de ser criança e ficar triste com coisas “bobinhas”, enquanto nós adultos é que temos tristezas reais, sérias e verdadeiras.

E aí vai o meu puxão de orelha: não façam isso. Ou melhor, até façam, mas nunca, em hipótese alguma na frente da criança. A tristeza dela é tão real, séria e verdadeira quanto qualquer uma das minhas ou das de vocês. Essa é a tristeza que ele “pode” ter e consegue elaborar aos 3 anos de idade. Tentem voltar no tempo e imaginar o que é perder a chupeta preferida e companheira de todas as noites.

Tentaram? Conseguiram? É muito, muito triste, difícil de conter as lágrimas minhas e as dele. Então, eu choro e compartilho o sofrimento do meu filho. Em parte porque é o meu filho amado, também fiquei triste pela chupeta e por vê-lo tão chateado.

Mas tem outra parte. 
A gente precisa realmente validar os sentimentos dos nossos filhos, reconhecê-los e fazê-los senti-los com a intensidade que lhes parecer necessária. Porque? Porque emoção faz parte do ser humano, não deve ser reprimida, disfarçada ou colocada de lado.

Pensem em um adulto frio e que não demonstra os próprios sentimentos. Essa pode ser apenas uma das conseqüências dessa “repressão” de emoções e sentimentos na infância e, honestamente, não é uma consequência legal para a própria pessoa e nem para quem convive com ela.

Então, caros leitores e leitoras, pai e mãe não estão no mundo apenas para brincar, dar banho, trocar fralda e fazer dormir. A nossa missão é bem mais complexa e a longo prazo, em todas as áreas das vidinhas deles, sem esquecer jamais do lado emocional.

Criança tem sentimento de verdade, sim! E os meninos também choram!

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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mensagem enviada

  • jeane MARIA DE JESUS disse:

    com certeza,devemos levar en conta os sentimentos dos nossos filhos, e entender que sao crianças, mas que tem alegrias e tristesas profunda,amei esse documentario, bastace que todas AS MAES ENCHERGACE SEUS FILHOS COM OS OLHOS DO CORAÇAO,EXISTIRIA,MAIS ADULTOS COM ALTISTIMA LA EM SIMA, E MUITO MAIS FELIZES,E SE TORNARIAO PAIS COMPREENSIVOS E AMOROSOS TODO O MUNDO SERIA BEM MAIS FELIZ .
    DE UMA MAE QUE AMA SEUS FILHOS E AMA SER MAE

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