PESQUISAR

Sobre o Centro de Pesquisa
Sobre o Centro de Pesquisa
Residência Médica
Residência Médica
Nostalgia de Mãe
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp
Nostalgia de Mãe

Nostalgia de Mãe

02/11/2012
  2438   
  0
Compartilhar pelo Facebook Compartilhar pelo Twitter Compartilhar pelo Google Plus Compartilhar pelo WhatsApp

Relembrar e reviver são as reações mais costumeiras da figura materna

nostalgia de mãe

Eu já confessei que sou meio nostálgica e essa sensação parece não passar nunca. A verdade é que adoro ter esse sentimento para lembrar e relembrar, rindo e chorando, sobre o tanto de coisas que aconteceu desde que as crianças nasceram.

Quando um filho nasce, ou o segundo ou o terceiro, o tal do clichê “das alegrias e dificuldades sem fim” não se esgota jamais. E, é sério! Tenho saudades sim de muitas coisas. Mas eu estava justamente relembrando o momento do nascimento do Joaquim e do Pedro, e o que eu enfrentei com a Manuzinha. Às vezes, nem sei como chegamos até aqui. “Dificuldades sem fim”…

Ouvi de uma amiga da minha prima, que já tinha dois filhos, a seguinte frase: “a sua vida muda realmente com a chegada do segundo filho!”. Verdade, verdadeira! Acreditem em mim, mães de filhos únicos. Cuidar de um é quase como brincar de casinha.

Mas, como eu dizia, nunca vou me esquecer da carinha da Manu quando ela entrou na maternidade pela primeira vez para conhecer os irmãos. Ela lançou a mim e ao Papai o olhar tão conhecido e característico de braveza pura, aos nos flagrar, cada um, com um dos meninos no colo. Parece que ela não gostou do que viu.

Ela estava na fase do computador, onde vivia querendo mexer no nosso e em todos que visse, então, compramos um laptop cor de rosa para ela “ganhar” dos irmãozinhos recém-nascidos. Laptop cor de rosa no colo, momento devidamente registrado, mas aquele nunca se tornou o seu brinquedo preferido, nunquinha. E, a partir daí, as tais das chupetas, que eram só usadas durante a noite, tornaram-se os acessórios mais importantes e utilizados por ela o dia inteiro. (Ouvi alguém falar “Freud explica?”).

Agora, quem explica é a própria Mamãe, que viu, ou melhor, ouviu falar que a Manu aprendeu a andar na manhã em que os meninos nasceram. Chegou para visitá-los na maternidade andando de vestidinho, toda lindinha, com uma expressão que me dizia que era melhor começar a caminhar, senão ia ficar pra trás. Dó, dó, muita dó!

Depois da maternidade, chegamos em casa e o coração quase voava pela boca de tanto nervoso do “E agora? Como faço com três???”, mas fui lá dar uma espiadinha na Manu, que dormia. Olhei para minha filha, entregue ao sono de bumbum para cima no bercinho. Ela parecia enorme, um bebezão, uma menina, a minha mocinha, que não era mais filha única, mas sim a irmã mais velha de dois bebezinhos gêmeos. Que responsabilidade!

E, pela primeira de muitas vezes, ela me mostrou que não é tão mocinha assim e que a responsabilidade é minha e do Pai dela. Manu “resolveu” ter febre na primeira noite dos meninos em casa. Eu lembro que meu sogro ligou na manhã seguinte e perguntou como tinha sido à noite. Com um nó na garganta e uma sensação de desespero, contei que as crianças acabaram comigo e que os gêmeos acordaram a 1 da manhã, às 3, às 5 e às 7. Ah! E a Manu teve febre…

Até hoje penso nessa questão de ser mocinha, com autonomia e independência. Sou super a favor de incentivar e estimular todos esses aspectos nas crianças, considerando a idade deles, obviamente. Mas, temos que tomar cuidado, prestar atenção no quanto eles “aguentam” e conseguem realizar. Tenho certeza que essa febrinha foi um sinal disso e eu recebo “sinais” semelhantes quase que diariamente.

Quando a gente fala que a criança “regrediu” na ocasião do nascimento de um irmão ou irmã, penso que a regressão é um comportamento decorrente da mudança de posição de filha/filho único, para ser o mais velho. Você acha que é fácil?

A chegada de um filho exige que uma mãe e um pai também devem nascer, sobrevivência pura. Sabemos disso. Nós geramos um bebezinho por nove meses, o pai sente o bebê chutar na barriga, “atura” a grávida, ou seja, nos preparamos para isso. Claro que nunca estamos preparados, ninguém sabe como é até receber aquele pacotinho do obstetra e levá-lo para casa, mas , de uma forma ou de outra, sabemos do nosso papel. Só não conhece ainda a caixinha de surpresa que o pacotinho também é…

E o tal do filho único? Que da noite para o dia vira irmão mais velho? A tarefa dele é quase tema do “Missão Impossível”. Mudar de papéis e ter de assumi-los é uma das coisas mais recorrentes da vida, mas toda mudança requer adaptação e “balança as estruturas”. Eu tenho isso como um mantra, para todas as vezes em que a Manu me pediu  a chupeta ou imitou o jeitinho de bebê que os irmãos falavam para pedir alguma coisa…


Originalmente postado em: Mamãe tá Ocupada

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

deixe uma mensagem O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

posts relacionados

INICIATIVAS DA FUNDAÇÃO JOSÉ LUIZ EGYDIO SETÚBAL
Sabará Hospital Infantil
Pensi Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil
Autismo e Realidade

    Cadastre-se na nossa newsletter

    Cadastre-se abaixo para receber nossas comunicações. Você pode se descadastrar a qualquer momento.

    Ao informar meus dados, eu concordo com a Política de Privacidade de Instituto PENSI.