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Às vezes, o comportamento dos pais se reflete nas atitudes dos filhos
Toda mãe sabe que chega uma hora na vida da cria que ela vira uma esponja.
Mas uma esponja meio porca. Imã para os maus exemplos e palavras fuleiras.
Digo isso porque Isaac aprendeu a falar c$#~lho com uma rapidez impressionante.
Mania a ser tirada do pai na unha.
De mim puxou os “Ai Jesus” e todas as variações da palavra fezes.
Sim. Sou boca suja. Sempre fui.
A diferença é que agora me policio e penso mil vezes antes de pôr pra fora seja lá o que for.
Aí, comicamente, me pego xingando o motorista barbeiro de “filho da mãe”, “seu feio”, “maluco” e uma sorte enorme de ofensas disfarçadas de palavrinhas fofas.
Outro dia mesmo, depois de ser fechada por uma louca que dirigia e falava no celular ao mesmo tempo, mandei um “filha da mãe!!!” e Isaac não deixou barato:
– Mamãe, você falou errado.
Pois é. Aconteceu mesmo.
Mas a esponja não absorve só palavrão, sejamos honestos.
Trata-se de um gravador de alta tecnologia, com memória infinita.
Ontem mesmo, depois de uma birra master por não ter conseguido um brinquedo durante o passeio no shopping, filhote emburra.
Respondeu a todas as minhas perguntas com um bico fenomenal.
Tipo eu. Igualzinho.
Aí, a hora que cansou dos minutos de silêncio, colocou a mão na cabeça e ameaçou chorinho.
– O que foi filho?
– Estou com dor aqui – respondeu cheio de drama.
– Dor de cabeça?
– É. Hoje estou com dor de enxaqueca…
Respondam. Posso com isso?
Posso e devo.
Sei sim que tenho reclamado pacas da minha enxaqueca.
Só não pensei que fosse tanto…