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O Polêmico “Nana, Nenê”
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O Polêmico “Nana, Nenê”

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23/03/2012
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Dormir com o bebê é bom, mas só deve ser feito em caso de doença ou mal-estar da criança

Momento confissão: eu não tenho a menor paciência ou tolerância para manhas e birras. Como acho que, na vida, nada é de graça ou à toa, fui presenteada com quase trigêmeos e daí sempre cuidava do que era prioridade. As manhas e birras nunca receberam tantas atenções ou importância. De um modo até meio automático, eu ignorava esse tipo de comportamento. Cuido primeiro do que é importante e vital. Ponto final.

Assim, acabo concordando com a abordagem da psicologia comportamental de que uma forma de agir é instalada mediante reforço. Se eu nunca intensifiquei manhas e birras (até de maneira inconsciente, se é que a falta de consciência e comportamento podem combinar! —> Psicólogos, corrijam-me aqui, se for o caso, por favor!), os meus filhos são zero ou quase nada birrentos e manhosos, pelo menos comigo e com o maridinho, que pensa e age como eu, já que na frente das avós, tudo pode mudar!

E isso tudo me lembrou dos meus motivos por ter aderido e aprovado o controverso método do “Nana, Nenê”, aquele que é considerado cruel por deixar o bebê urrando no berço até que ele aprenda que deve ficar lá e dormir por conta própria. Mas, na prática, não funciona assim. Isso é, quando você acredita na alternativa e resolve utilizá-la com confiança e segurança (3 palavrinhas-chave: acredita, confiança e segurança).

Você passou o dia com o bebê, muitas vezes, deu bastante colo, ele está feliz, risonho, brincando numa boa, sem problema algum. Daí, começa a rotininha de ir dormir. Faz tudo o que costuma fazer e finaliza com um beijinho de “boa noite”, a lâmpada apagada, ou uma luzinha leve no quarto, enfim, e o bebê se vê lá, sozinho naquele berço. Até eu iria chorar, mesmo que soubesse falar!

Então, você retoma as palavrinhas-chave e começa a explicar para o bebê os motivos por ter agido daquela maneira. E assim vai, conversa, um dia após o outro, explica, reforçando sempre a rotina pré-sono. Não é abandonar o bebê no berço aos prantos, se ele reclamar, volte lá e conversa tudo de novo, quantas vezes forem necessárias, acrescenta todos os itens que podem deixá-lo mais seguro naquele momento: chupeta, nana, ursinho, musiquinha, móbile, o que for! Mas acho que é um aprendizado de extrema importância dormir no próprio quarto e não ser tirado do berço por qualquer motivo ou reclamação.

Tem hora para tomar banho, comer, brincar e para dormir também! É bom para o bebê e para a família, de maneira geral. Dormir com filho é uma delícia, mas detona com a gente do ponto de vista físico, e se acontecer diariamente, pode acabar com a privacidade e intimidade do casal.

Também acho uma delícia fazer um bebezinho dormir no colo, mas imagina se o bebê se acostuma com isso e você tem que ficar com uma criança de mais de 15 quilos, ninando de um lado para o outro até que ela durma? Adeus, coluna!

Aqui, o “Nana, Nenê” funcionou e muito bem, sem crueldade. E, obviamente, sempre atentando às exceções de choro por doencinhas, mal-estar e cólicas. Inclusive, isso está no livro, diz mais ou menos para não tentar o método caso o bebê esteja doente.

Agora que a bruxa terminou de defender o “Nana, Nenê”, talvez vocês possam voltar a gostar de mim com o que eu tenho para contar. Lembrem-se: manhas, birras e choros durante a noite são exceção por aqui, portanto, quando acontecem, ligo o meu radarzinho na hora.
Na noite passada, acordei com um berro estridente do Joaquim! Corri para o quarto e ele estava de pé na cama, acordado, uma carinha assustada e me contou:

– Mamãe, eu acordei assustado com medo da baleia! Eu vi peixinho, mas não fiquei com medo dele, só da baleia.

(Que raios uma baleia foi fazer entrando no sonho do meu filho?).

– É, Filho? A Mamãe tá aqui agora, você quer uma água?

E ele:

– Não…

– O que você quer?

Sabe tudo esse moleque:

– Eu quero ir dormir na sua cama!

E fomos. Eram 3 da manhã, dormimos juntinhos até umas 8 e meia.

E aí, bruxa ou fada?

Originalmente postado em: http://bit.ly/yCgPTr

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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mensagem enviada

  • Michele disse:

    Olá , com qual idade pode se aplicar o método pra durmir? Minha bebe de 1 mês nao larga o peito nem pra durmir… Help

    • Equipe Sabará disse:

      Olá Michele, tudo bem? Obrigado pela confiança. Se você está tendo dificuldades para alternar os períodos de amamentação, leve isto ao seu pediatra e peça orientações específicas. Abraços! 🙂

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