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O por quê, o porquê, o porque e o por que agora vivem lá em casa
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O por quê, o porquê, o porque e o por que agora vivem lá em casa

O por quê, o porquê, o porque e o por que agora vivem lá em casa

08/03/2013
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Questionamentos fazem parte da infância e nem sempre dá para driblá-los

questionamentos infantis
Tá que criança é cheia de detalhezinhos que muitas vezes deixam a gente de cabelo em pé.

Ok! A criança se desenvolve rápido pacas e temos que rebolar pra acompanhar.

Sei, sei que os pequenos entendem o mundo e a vida de maneira completamente diferente e, quando perguntam, devemos responder de maneira ideal pra idade em questão.

Isaac está na fase dos porquês.

Mais de perguntar a ouvir a resposta.

Mas, vá lá que ficar encurralada entre tantas interrogações já é coisa insana.

Acontece, faz parte e simbora.


Outro dia, amiga querida deu uma dica que achei vital.

Quando a série de porquês demonstrasse ser infinita, a arma secreta seria usar o “por que o quê?”.

Simples, pensei.

Ilusão da minha parte.

Depois que minhas respostas estão esgotadas e a paciência dá sinais de pedido de demissão, eu mando:

– Por que o quê, Isaac?

Sabem o que ele faz? E eu não tentei uma vez só…

Ele repete exatamente, com pausas e pontos, a última pergunta que fez.

Com contexto e explicação, caso eu solicite.

Mole?

Nããão.

Mas a coisa não para por aí.

Filhote agora está empenhado em descobrir, entender e utilizar os conceitos de ontem/hoje e noite/dia.

E esse último tem sido uma loucura, motivo de choradeira, arrepio e desespero.

Aí vocês me perguntam: POR QUÊ?

E eu não me irrito…

Sério, prometo.

Porque, minha gente, a cria resolveu que não quer mais saber da lua.

Quando ele vê que está escurecendo, arma um bico e começa:

– Está de noite?
– Está, filho.
– Mas eu não quero. Quero o sol!
– Entendo, filho. Mas o sol tem que ir fazer o dia láááá do outro lado do mundo e você precisa descansar.
– Eu não quero descansar.
– Se você não descansar, não vai conseguir brincar amanhã.
– Por quê?
– Porque o nosso corpo precisa de um tempo pras pilhas ficarem novas de novo.
– Por quê?
– Você lembra quando acabou a pilha do seu teclado e ele parou de funcionar? Com a gente é parecido.
– Por quê?
– Nós precisamos desse tempinho dormindo.
– Por quê?
– Para ter vontade de acordar de manhã e ter um dia cheio de atividades e brincadeiras.
– Por quê?
– Não ia ser muito chato ficar cansado o dia todo?
– Por quê?
– Você não ia nem querer ir ao bosque ou ao shopping ou a escola.
– Por quê?
– Não ia ter vontade de taaaaanto sono.
– Por quê?
– Por que o quê, Isaac?
– Por que eu ia ficar com taaaanto sono e sem vontade de brincar???

E a conversa continua…

Tá, mas tirando o desespero materno depois de tooooooodo o interrogatório, o problema é quando Isaac percebe que, mesmo ele não querendo que a noite exista, ela vai ficar lá até de manhã.

E ele chora. Sentido. Triste.

Chora, chora e chora.

E pede pra olhar na janela e ver se o sol já nasceu.

E chora.

E não há explicação que ajude.

Alguma sugestão, hein? Hein? Hein????

assinatura-carol-v3 (3)

Originalmente postado em: Viajando na Maternidade

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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