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10/06/2011
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Manuzinha vem se queixando de um amiguinho da escola há algum tempo. Ele faz aquelas coisas terríveis, típicas das crianças de 4 anos: fica chamando a Manu de feia e diz que não vai mais ser amigo dela, sabe? Um pesadelo! Entrei com aquela estratégia educativa, coisa de mãe que acredita nos próprios filhos como o futuro da nação e os educa pensando nisso.

Mas o politicamente correto, na maioria das vezes, é uma ladainha chata e pouco efetiva. Ela não se satisfez ouvindo de mim que é linda, que eu acho isso, o Papai, as avós, os avôs, os irmãos, o planeta todo. Não resolveu! Ou, dizer para o fulano que ela estava triste, pois gostava muito dele e queria ser amiguinha dele. Nada, nadica de nada. As reclamações continuavam diariamente.

Ontem de manhã, ela acordou já dando ordens em todo mundo:

– Senta na roda! Eu sou a professora, vocês são as crianças. Silêncio! Hora da história.

O Joaquim e o Pedro fizeram cara de recreio, mal sentaram, já levantaram e foram brincar. Eu fiquei lá, mas propus de mudar um pouco a brincadeira. Assim:

– Manu, hoje nós duas somos professoras e a gente vai brincar de “reunião de professores”.

Expliquei um pouquinho como funcionava uma reunião, ela se interessou e comecei a brincar.

– Professora Manu, eu estou com uma dificuldade! Tenho um aluno que chama os amigos de “feio e feia”, diz que não quer ser mais amigo deles… Você tem alguma sugestão?

Necessito de um parênteses. (A carinha dela, nessa hora, era de alegria pura! Olhinhos de jabuticabas brilhando mais do que nunca e um sorriso de quem diz: “Obrigada, Mamãe, por entrar no meu mundinho e falar a minha língua!”. Vejam só, isso é um exercício de fantasia infantil, esse é o canal mais utilizado pelas crianças, eles não são literais, são muito imaginativos e fantasiosos. Entrar nesse mundo e falar essa língua é fácil, nem precisa de visto, é só querer, ter disposição e voar! Meio Peter Pan, sabe?).

Então, a sugestão da Professora Manuela foi a seguinte:

– A gente pega ele e joga na frigideira com manteiga quente (!), depois põe ele no lixo (!!) e na privada suja, dá descarga e ele vai morar no esgoto com ratos e baratas (ui! Ui! Ui, Manu!!!).

Não é que eu incentive esse tipo de comportamento, pelamordedeus, mas o efeito foi incrível!

Sabe quando a gente tá com raiva do chefe e imagina que ele foi atropelado, morreu e assumimos a presidência da empresa com o melhor salário do mundo?? A gente tem esses pensamentos, mas nem admitimos direito, dá uma vergonhinha pela maldade que somos capazes de gerar na própria cabeça. Aconteceu a mesma coisa com a Manu, numa brincadeira de imaginação e fantasia, assim, meio catártico e libertador.

Psicologizei total, até sem querer. E o fato é que nem ouvi mais o nome do menino aqui em casa…

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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