Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Sempre a mãe. A sua, a dele, a minha.

Eu até achei que esse conflito fosse demorar a entrar na vida do Isaac.

Tá. Sabe de nada inocente.

Sei mesmo. De nada.

E vou aprendendo.

E pensando bem, acho que até demorou.

Explico.

Há sempre uma mãe a ser xingada.

Eu mesmo já perdi a conta de quantas santas senhoras já rotulei de puta, folgada e etecéteras.

A culpa é da mãe.

E a gente, na vida, tem vários exemplos.

A mãe natureza, a nave mãe (ah! Essa aqui é ótimo assunto pra um próximo post, que não posso deixar passar), a mãe do juíz.

A mãe do motorista desatento, a mãe do político corrupto. Essas super presentes.

Bom, mas tô aqui pra falar de mim.

A mãe em questão.

A culpada e a ofendida.

Nem tanto, mas cada um sabe o tamanho que enxerga a vida.

Isaac chega em casa com um baita sapo boi entalado na garganta.

Não fala. Segura o quanto pode.

E eu fico esperando.

Já de noitinha ele ensaia e começa:

– Aconteceu uma coisa muito ruim na escola hoje.

– Posso te ajudar?

– É que o fulaninho disse que não ia a festa da fulaninha, porque ele tinha horário estendido hoje.

– Sim. Acontece, né?

– E eu disse pra ele que você, as vezes, deixava eu sair mais cedo pra ir na festa.

– Sim. A mamãe entende que dá pra fazer isso sim.

– E ele disse que você deixa por que você é uma burraaaaaabuááááábuáááááá…..

Segura o riso AND o “burra é a mãe daquele pequeno filhodaputa! Para já de andar com aquele merdinha!!!”

– Vem aqui, filho…

Abraço forte e pergunto o que ele sentiu.

– Senti muita raiva! Muita!

– Normal Isaac, dá raiva na gente ver alguém que amamos ser ofendido assim. Seu amigo está errado, não podemos xingar…. mas ó, as vezes ele estava com raiva também. Pensa. Se ele queria muito ir a festa e mãe dele não deixou… né?

– Né. Mas eu enfiei o lápis no braço dele.

😲

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