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TDAH: medicar ou não medicar?
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TDAH: medicar ou não medicar?

TDAH: medicar ou não medicar?

09/11/2012
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O tratamento de Transtorno de Atenção e Hiperatividade infantil sempre será pauta para discordâncias médicas

De um lado, estão os psiquiatras que gostam de medicar as crianças com Transtorno de Atenção e Hiperatividade. Do outro, os psicólogos que acham que não se deve tratar com medicamentos e sim com terapia. No meio, ficam os pediatras e as famílias que analisam com bom senso cada lado.

Há alguns anos, essa polêmica se tornou muito debatida. Os americanos alertaram que esses transtornos, assim como o autismo, aumentaram na população infantil e merecem ser mais bem estudados e observados pelos pediatras. No Brasil, existe uma pressão das famílias e das escolas para medicarem as crianças. Como as medicações exigem prescrição em receituário amarelo, ainda há um pouco de controle sobre isso.

Existem casos que a medicação é claramente exigida, assim como existem situações das quais ela não é indicada. Contudo, há impasses (talvez a maioria) em que não é tão fácil decidir. Nesses casos, recomendamos uma consulta com um neuropediatra com experiência e uma equipe multidisciplinar para realizar testes e exames que possam assegurar o melhor procedimento.

Na revista Pediatrics de junho, foi publicado um artigo interessante, mas que colocará mais lenha na fogueira. Trata-se do texto chamado “A Population-Based Study of Stimulant Drug Treatment of ADHD and Academic Progress in Children,” onde os pesquisadores estudaram o uso de medicamentos para TDAH e o desempenho em testes padronizados de todas as crianças nascidas ao longo de três anos na Islândia.

As crianças sem TDAH tiveram um nível consistente no quarto e sétimo grau dos testes. Em contraste, as crianças que tomam medicamentos de TDAH apresentaram números menores nos testes na sétima série, especialmente em matemática. O curioso e polêmico é que aquelas que começaram a tomar medicamentos mais cedo apresentaram melhores resultados, enquanto que as outras, que estavam na quarta série e fizeram o teste no período de 12 meses, demonstraram uma queda de apenas 0,3 pontos percentuais em matemática.

Assim, houve o declínio de 9,4 pontos percentuais em crianças que começaram a tomar a medicação 25 a 36 meses após os testes durante a quarta série. O efeito foi maior em meninas do que meninos, e maior para as crianças que fizeram mal seu teste na quarta série.

Os autores do estudo concluem que, depois de iniciar o tratamento estimulante, a TDAH entre crianças entre 9 a 12 anos de idade está associada ao declínio acadêmico em matemática, em comparação com os alunos que não tem TDAH ou que iniciaram a medicação antes dos 9 anos. Lembrando que os sintomas podem aparecer em crianças em idades pré-escolares.

Mais uma vez, saliento que o diagnóstico bem feito, por profissionais competentes e preparados, com diagnosticação viável, é essencial para a boa indicação do tratamento com base em medicamentos.

Por Dr. José Luiz Setúbal

Fonte: “Um Estudo de Base Populacional de Tratamento de Drogas estimulantes do TDAH e Progresso Acadêmico em Crianças” (2012).

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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