PESQUISAR
Chamegos de família e um menininho que só quer ser mais amado que todo mundo
Isaac tem pais melados.
A gente vive se beijando, dizendo que ama, fazendo carinho.
Até os cachorros lá em casa são beijoqueiros.
E o pequeno está crescendo assim.
Todo trabalhado na declaração de amor, no dengo e no chega-chega.
Esses dias, com um sono que até doía, se enfiou num drama dizendo ao pai, com os olhos cheios de lágrimas, “você não me ama maaaaaais”.
Deitou no travesseiro e sorriu, de olhos fechados, completando o dia com “eu te amo muito, papai”, assim mesmo, 2 minutos depois.
Ontem, saiu do banho dizendo que amava mais que o céu.
Eu, derretendo como uma geleia feita de açúcar e amor, disse que o amava também, mais que tudo.
Ele então agarrou conversinha:
– Me ama mais que tudo, mamãe?
– Amo, Isaac, amo mais.
– Então você não ama o papai.
– Amo o papai sim. Amo você e ele.
– Mas ama o papai quanto?
– Amo muito. Muito e muito.
Ensaiou um choro.
– Se é tanto assim, então você não me ama…
– Amo.
– Como?
– Tenho um amor aqui pra cada um de vocês.
Arregalou bem os olhos.
– Um???? Mas um é pouco.
– Mas é um amor enorme pra cada um, tá bom?
– Enorme?
– É. Enoooooorme.
– Então tá bom.