PESQUISAR
Mesmo com a modernidade, ainda se sente o drama de um filho dormir fora de casa
Os meus três filhos têm a enorme experiência de dormir fora de casa desde os 6 meses de idade! Uau! Quanta independência e autonomia! É claro, contanto que não saiam do perímetro de segurança da casa de uma avó e da outra.
Algum tempo atrás, a Manu começou com uma conversa de ir dormir na casa dos amigos, fazer festa do pijama e tal. Ahã, ignorei, não dei a menor bola mesmo.
Até que recebo a ligação da mãe de um AMIGUINHO da Manu. Menino querido, fofo, dos primeiros que ela conheceu, quando entrou na escola antes dos 2 anos, praticamente nosso vizinho. Ele vem aqui em casa, a Manu vai à casa dele, a gente se encontra na pracinha, na padaria e ele também vai para a mesma escola da minha filha, no ano que vem. Ou seja, excelente companhia e da maior confiança possível.
O que eu não esperava era o conteúdo da ligação: um convite para a Manu ir dormir na casa dele! Assim, sem preparo ou aviso prévio! Detalhe: o convite era para aquele mesmíssimo dia. Menos preparo ainda. Respirei fundo, não tive tempo de pensar em nada. Raciocinar? Menos ainda. Mas, achei que uma hora aquilo iria acontecer e não sei se a gente deve se preparar muito para esse momento. Sabe aquele casal que fica meses ou anos pensando se deve ou não ter um filho? E de tanto pensar acaba adiando um monte a decisão? Então, comecei me ver exatamente nessa situação, com uma dose de drama a mais.
Fui buscar as crianças na escola e antes mesmo de encontrá-los, pedi uma consultoria à professora, que me disse que esse programa de ir dormir na casa dos amiguinhos já faz parte do repertório dessa faixa etária (ó, céus, cadê a minha nenezinha?). Mas, é claro, eu deveria conversar com ela e me certificar se gostaria mesmo de ir dormir na casa do amigo, se demonstraria segurança e tranquilidade para me abandonar assim por uma noite (drama!).
O que não me surpreendeu nada foi a reação da mocinha: chegou em casa, voou para o banho, que não durou nem 2 minutos de tanta ansiedade e fez a própria mochila de abandono dos pais e irmãos por uma longa noite.
Ela foi, gente, feliz da vida, brincou, jantou, dormiu e nem quis me dar “boa noite” pelo telefone.
Nós, os pais abandonados, sobrevivemos, apesar da longa e insone noite.
Resgatei a minha filhinha no dia seguinte de manhã, uma menina feliz e aparentemente até mais amadurecida.
Eles crescem, né? E o colinho da mãe deixa de ser a coisa mais importante do mundo, é isso mesmo?
Mas o que mais chocou a mim, ao maridinho e a toda a nossa família nada moderna foi essa estreia de dormir fora ter acontecido justamente na casa de um AMIGO. Honestamente? Difícil acompanhar a modernidade e o crescimento dos filhos!
Originalmente postado em: http://bit.ly/yszYve