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Era uma vez… A vovó de Luan e a tecnologia
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Era uma vez… A vovó de Luan e a tecnologia

Era uma vez… A vovó de Luan e a tecnologia

06/11/2014
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luan

Uma historinha de como as barreiras podem cair quando o carinho e a paciência são maiores do que as dificuldades

Aos 5 anos Luan era um garoto como qualquer outro da sua idade: adorava televisão, vídeo games e mexia em um computador como se tivesse nascido com isso. Bem, na verdade ele nasceu, não é? Bem diferente da sua vovó, que na juventude era uma garota esperta, batia 200 toques por minuto no curso de datilografia, era apaixonada por cinema e o máximo de tecnologia era usar um videocassete. Mas Luan não sabia o que era uma vitrola, nem uma máquina de escrever e muito menos um daqueles telefones de disco, que quando viu ficou intrigado com a aparência do aparelho. Foi difícil a vovó de Luan convencer o menino que antigamente era naquilo que as pessoas conversavam – mas ele concordou, meio desconfiado.

 

Claro que a vovó de Luan sabia o que era um computador, mas para quem cresceu e viveu a maior parte da vida folheando revistas e livros, a noção de internet e espaço virtual era um pouco difícil para ela. Mesmo assim a ideia de uma biblioteca virtual pareceu simplesmente fantástica para a senhora, que adorou quando o netinho veio mostrar o novo tablet que havia ganho do pai. Ela adorava conhecer coisas novas, ainda mais um mundo assim, inteirinho de novidades. Todo animado, ele queria que a vovó navegasse com ele pelo imenso e colorido mar online. Clica aqui, arrasta pra cá, digita ali no teclado virtual. Por mais animada também, a vovó de Luan não conseguia acompanhar a quantidade de informações e de atalhos. Além disso, havia tantos nomes diferentes… E aquela história de escrever só tocando devagarzinho, logo ela que passou a vida batucando com força nas teclas da máquina de escrever.

E os dedos da vovó do Luan queriam escrever uma coisa, mas escreviam outra porque batiam sem querer na tecla do lado, ao mesmo em que a visão pouco habituada não codificava direito os que ícones significavam. Irritado, Luan disse que a vovó não servia mais para ser amiga dele e que ele ia procurar alguém mais inteligente.

Triste, a vovó se retirou para a sua cadeira na frente da televisão e fingia ver o programa enquanto se lembrava de como fora uma moça de dedos e pensamentos ágeis, e se sentia uma verdadeira sombra de si mesma. Só que, apesar da pouca paciência, Luan ficou triste também: ele queria brincar com a vovó, não queria outro amiguinho. Sentou lá com seu tablet, parou, pensou, fuxicou e teve uma ideia. Aumentou ao máximo todas as letras, os ícones e o teclado, e um brilho passou pelos seus olhos muito pretinhos quando viu que assim ficaria um pouco mais fácil para a vovó. E foi lá, meio sem graça, falar com ela, que parecia tão absorta em seus pensamentos. Mas assim que ele chegou foi recebido com aquele sorriso tão gostoso que fazia o dia dele se iluminar ainda mais, e ela o puxou para o colo para ouvir o que o menino queria.

Quando Luan explicou que tinha mudado tudo só para ela e que agora ela podia tentar porque ia conseguir, a vovó teve certeza que sim.

 

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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