Sabe que me dei conta que comecei a escrever sobre a importância de brincar e dar dicas para brincar melhor e não contei para você onde é que as brincadeiras foram parar. Sim, porque elas sumiram!
Pode parecer estranho, mas o que os especialistas em desenvolvimento infantil têm relatado é que, a cada nova geração, algumas brincadeiras são esquecidas. Como elas deixam de ser ensinadas, seja de pais para filhos, de irmãos e primos mais velhos aos mais novos, ou até na escola, eventualmente a brincadeira deixa de existir. Vou dar alguns exemplos de brincadeiras ameaçadas de extinção:
- Carrinho de rolimã;
- Peteca;
- Bila ou gude;
- Carrapeta (o que é isso mesmo?);
- Cinco Marias.
Isso acontece porque, se a gente não brinca, esquece mesmo. Outro dia a Patricia Camargo, que faz comigo o Tempojunto, leu um livro de parlendas e percebeu quantas ela simplesmente não lembrava mais e, consequentemente, não ensinava aos filhos. Se você foi criança entre os anos 70 e 80, deve conhecer o “uni-du-ni-tê; salamê-minguê”. Mas será que você lembraria de: “Don-don-baby, mama salâmica, milk sheique, mama salâmica”?
Escrevendo sobre o brincar eu percebo como é imensa a variedade de brincadeiras que existem e o quanto elas se multiplicam todos os dias. Mas o melhor dos mundos seria que as brincadeiras novas, incluindo as eletrônicas e internéticas, viessem sem que as outras sumissem. Aumentando o repertório das brincadeiras, a gente amplia o universo das crianças, dando opções para que elas experimentem antes de escolher. E, de quebra, aumenta também a nossa capacidade de interação com as crianças e com a vida.
Então, eu tenho uma proposta para você que me acompanha aqui no Cantinho do Aprendizado, ou para você que está lendo pela primeira vez. Que tal, na hora de pensar nas brincadeiras para propor às crianças, ao menos uma por semana seja aquela antigona que você brincava? Ou, ainda melhor. Que tal propor ao seu filho perguntar aos avós e bisavós quais brincadeiras eles faziam quando crianças e todos aprenderem juntos?
Desta forma, a gente não vai precisar dizer: “Cadê a brincadeira que estava aqui? O gato comeu!”.
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POR PATRÍCIAS CAMARGO E MARINHO