Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Choro das crianças na Copa do Mundo

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Doeu, doeu muito para todos nós brasileiros ver o Brasil cair frente aos belgas. Como havia doído para o garoto uruguaio que chorava copiosamente poucas horas antes vendo seu país ser eliminado pela França. Imagens de crianças chorando vendo seus times perderem tem sido uma constante em eventos esportivos pois carregam uma força incrível e geram empatia imediata.

Em 1982 o “Jornal da Tarde”, do grupo Estado de SP, publicava uma foto ocupando toda a capa do jornal mostrando um garoto, vestido com a camisa da seleção, aos prantos após a eliminação do Brasil pela Itália. Esta foto ganhou prêmios e marcou muito as pessoas como a imagem da dor e decepção de um povo inteiro que depositava sua esperança em um time maravilhoso, quando as coisas no país não davam muito motivo de alegrias ou esperança.

Agora 36 anos depois com o Brasil passando por uma série de crises como a econômica, a moral, a de valores, a política entre outras, passamos a colocar nossas esperanças nas chuteiras de nossos jogadores que brilham no futebol europeu.

Foi triste ver nossas crianças chorando e decepcionadas, com suas camisetas amarelas, seus rostos pintados. Mas isso não é de todo ruim para elas. Decepção, perdas, acontecem para todos e muitas vezes durante a vida. Precisamos aprender que não ganhamos sempre, que existem ocasiões que apesar de nossos esforços, de nossa excelência, perdemos por que nossos adversários foram melhores.

Gostei de ouvir após o jogo nossos jogadores e técnico falando que haviam dado seu melhor, mas que infelizmente naquela noite a Bélgica tinha sido melhor. Não houve reclamação do juiz, ou do azar ou de qualquer outro fato que desmerecesse o valor dos nossos adversários. Tivemos a humildade de reconhecer a superioridade belga sem tirar o valor do que fizemos.

Acho que como pai e avô, devemos aproveitar de ocasiões como estas para ensinar nossos filhos a enfrentar as frustrações da vida e tirar lições para ajudá-los a viver num mundo mais real e menos protegido, que acabamos muitas vezes lhes impondo na nossa necessidade de protegê-los.

Doeu, doeu muito, mas sábado foi outro dia, estamos de férias e o tempo está lindo. Deixamos a tristeza para trás e colocamos um sorriso no rosto e as camisetas na gaveta.  Viramos a página e a vida continua, e esperamos pela próxima copa para colocarmos nossas camisas amarelas e pintarmos nossos rostos e torcer com esperança pelo hexa e sobretudo por um Brasil melhor para todos e não só no futebol.

 

Autor: Dr. José Luiz Setúbal

 

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

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