A Fundação José Luiz Egydio Setúbal (FJLES), por meio do Instituto de Pesquisa PENSI – Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil, realizou do dia 26/06 a primeira de uma série de seis palestras gratuitas em parceria com o Grupo Abril e a Revista Veja São Paulo, com o objetivo de discutir os temas que serão apresentados no 4º Congresso Internacional Sabará de Saúde Infantil, que será realizado no período de 12 a 15 de setembro, no Hotel Maksoud Plaza.
O primeiro encontro da série “A Criança no século XXI” trouxe o tema “Como o afeto e o acolhimento podem ser ótimos remédios”, com a presença da Dra. Sandra Mutarelli Setúbal, presidente do Instituto PENSI e diretora do grupo de humanização do Hospital Infantil Sabará, e do Dr. Lino de Macedo, Professor Emérito do Instituto de Psicologia da USP, Membro do Comitê Científico do Núcleo Ciência pela Infância (NCPI) e Assessor do Instituto PENSI.
Segundo o Dr. José Luiz Egydio Setúbal, presidente da FJLES, o Sabará Hospital Infantil tem um público mais suscetível ao estresse, tanto as famílias, quanto as crianças, e uma das funções do hospital é cuidar disso. “A rede de humanização tem a missão de melhorar esse clima dentro do Sabará, essa área é encabeçada pela psicologia hospitalar, que encontra em seus grupos de apoio uma solução para acalmar as crianças. Temos o grupo de música, grupo de atores e palhaços. Contando ainda com os voluntários e o trabalho de Child Life Specialists, que realizam atividades que diminuem a tensão das crianças internadas”, afirmou José Luiz.
Para o Prof. Lino de Macedo, o cuidado humanizado para as crianças possibilita que elas sejam preparadas para os manejos que vão receber, principalmente em casos de internação. O acolhimento dos pais é fundamental para que a criança seja cuidada da melhor forma possível, dentro daquilo que a condição do hospital permite. “Eu compreendo que muitas vezes os pais ficam divididos entre as obrigações do trabalho e a preocupação com a doença que o filho está enfrentando, ou a causa que o levou a ficar hospitalizado. Mas é preciso entender que o acolhimento que o mundo nos dá nem sempre é o melhor, e as crianças sofrem com isso. Pois o que as crianças precisam é de um pai e uma mãe presentes, que ao lado de outros profissionais possam dar um contexto de tratamento de cuidado que seja humanizado e o melhor possível para as condições das crianças”, salientou Lino.
Já a Dra. Sandra Mutarelli Setúbal destacou que o afeto e o acolhimento podem ajudar diretamente no tratamento da criança, pois ela passa a colaborar mais. “A criança se estressa muito quando entra num hospital, porque ela sabe que é um lugar que vai acontecer algo com ela, por isso o carinho é tão importante neste momento, pois o laço com seus pais é o que ela tem de mais forte, e onde ela deposita a maior confiança que tem. Naquele momento ela está num lugar diferente e longe do cotidiano, esse carinho vai ser fundamental para que ela possa se deixar ser cuidada e tratada e colaborar com o tratamento. Assim, é muito importante prestar atenção em quanto a gente consegue ouvir a criança, e tentar ver o quanto aquilo pode ser transformado em uma negociação, num combinado para que ela seja acolhida e escutada. O Sabará é um mundo humanizado, é um hospital que tem alma”, finalizou Sandra.
Atualizado em 10 de dezembro de 2024