É muito comum dizer que a febre pode aparecer como sintoma da erupção dos dentes de leite, o que acontece, geralmente, a partir dos seis meses de vida. Pais, avós, tios e vizinhos, todos têm uma simpatia ou remedinho para isso.
As crianças nesta fase apresentam as gengivas inchadas e babam muito, pois são os sintomas mais comuns da dentição do bebê. Evite medicar esses sintomas dos dentinhos, diz a boa prática médica nestes casos.
Apesar dos conselhos que os pais podem ter ouvido, uma nova análise na revista Pediatrics confirma que as febres de alta temperatura não são um sinal de dentição. Podem ser sinal de uma doença, e pais e médicos não devem simplesmente ignorá-la.
Se uma criança tem uma febre muito alta, ou está em desconforto significativo, ou não come ou bebe direito por dias, isso é uma bandeira vermelha para preocupação.
A análise não descartou completamente a intuição dos pais. Os sintomas mais comuns da dentição do bebê foram gengivas inchadas, salivação e irritabilidade. Os sintomas não devem durar mais de três a cinco dias, mas sabemos que podem parecer mais longos.
O estudo disse que a dentição pode levar a um aumento na temperatura do corpo, mas ainda abaixo de 37,5°C. A dentição, segundo o estudo, também está associada à diminuição do apetite, problemas de sono, diarreia leve, erupções cutâneas e vômitos.
Ao longo da história, os pais, assim como os profissionais, atribuíram vários males à dentição do bebê. Foi, talvez, uma explicação fácil para o comportamento em constante mudança de uma criança e de doenças durante os primeiros anos vulneráveis das crianças.
“Os bebês na fase de dentição sofrem de coceira nas gengivas, febre, convulsões, diarreia, especialmente quando nascem os dentes caninos”, observou Hipócrates no século IV aC.
Por centenas de anos, os profissionais médicos acreditavam que a dentição causava a morte de crianças. Quando Lucy, filha do presidente americano Thomas Jefferson, morreu em 1784, aos 2 anos e meio, uma carta do médico dizia que ela “caiu mártir dos males complicados da dentição, vermes e tosse”.
O relatório de 1842 do Registro Geral da Inglaterra e País de Gales atribuiu 12% de todas as mortes de crianças menores de quatro anos à dentição. A “Enciclopédia das Doenças de Crianças”, de 1891, um respeitado texto médico da época, dizia: “As crianças que foram fortes e saudáveis até o período da dentição muitas vezes caem e morrem, enquanto as delicadas ou doentes passam por ela com aparente impunidade”.
Mas à medida que a assistência médica melhorou, ficou cada vez mais claro que havia outras razões por trás da mortalidade infantil, e a dentição do bebê era mais um aborrecimento do que uma doença.
Ainda assim, há muitas crenças e conselhos antigos para pais com bebês irritadiços e babados. Então, como gerenciar a dentição?
Uma fralda de pano úmida, um algodão molhado em água fria ou um brinquedo de dentição (mordedor) podem ajudar com o desconforto.
Os analgésicos infantis também podem ser uma opção, mas recomendamos aos pais serem cuidadosos. O uso regular pode levar à cárie dentária e o acetaminofeno é uma das principais causas de doença hepática em crianças. Fique longe dos anestésicos tópicos que contêm benzocaína e lidocaína.
A benzocaína pode levar à metemoglobinemia, uma condição rara, mas grave e às vezes fatal, em que a quantidade de oxigênio transportada pela corrente sanguínea é reduzida. Crianças com menos de dois anos parecem correr um risco especial, segundo a FDA.
De acordo com o Institute for Safe Medication Practices, as overdoses de lidocaína têm sido associadas com nervosismo, confusão, problemas de visão, vômitos, adormecimento com muita facilidade, tremores e convulsões.
Embora possa ser um momento difícil, os sintomas do início da dentição do bebê são normais. Toda criança vai ter isso de maneiras um pouco diferentes, por isso preste atenção nos sintomas. Aja para melhorá-los. Se as coisas ficarem fora de controle, entre em contato com o pediatra.
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Fonte: https://edition.cnn.com/2016/02/19/health/baby-teething-no-fever/index.html ; Por Nadia Kounang, CNN
As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.
Atualizado em 13 de dezembro de 2024