Ontem, dia 1º de agosto, comemorou-se o Dia Mundial do Aleitamento Materno, e como já falamos aqui tantas vezes, mais uma vez vamos tocar no assunto. Em março de 2012, foi publicado um texto da minha amiga e professora Dra. Cléa Leone sobre os fatores de risco associados ao desmame precoce, na revista Paulista de Pediatria.
Como se sabe, a Organização Mundial de Saúde (OMS) assim como as sociedades de pediatria do mundo todo e o Ministério da Saúde do Brasil, preconizam o aleitamento materno por exclusivo durante 6 meses. Isso é recomendado para a “obtenção de um padrão de crescimento e desenvolvimento harmônico destas crianças, associados a sua provável influência sobre a qualidade de vida futura de cada indivíduo, e considerando-se a ocorrência de doenças, como as cardiovasculares, diabetes melito tipo 2, hipertensão arterial, doenças alérgicas e os desvios nutricionais representados pelo sobrepeso e obesidade”.
Com tantos benefícios, por que o aleitamento exclusivo não prevalece?
“Nesta pesquisa, a prevalência de aleitamento materno exclusivo na cidade de São Paulo até os 6 meses de idade foi de 39,1%, maior do que a de relatos anteriores, como a de 1999, relativa aos primeiros 4 meses de vida, a qual foi 24,9%. A análise dos fatores associados à ausência de Aleitamento Materno Exclusivo nos primeiros 6 meses de vida evidenciou o uso da chupeta nas últimas 24 horas como o fator de risco mais significante, seguido pelo trabalho da mãe fora de casa e a idade da criança, enquanto um maior peso de nascimento foi associado a uma maior proteção à manutenção do AME.
A realização de diversas análises de fatores associados ao desmame em vários países e regiões têm contribuído para identificar fatores que, apesar de comuns, têm uma influência específica sobre os padrões locais de aleitamento, dependentes do meio cultural e econômico, de organizações sociais, sistemas de saúde e também de crenças religiosas”.
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Para que as mães não tenham dúvidas, o melhor alimento para seu filho até os 6 meses é o leite materno. Por mais maravilhosa que seja a fórmula do leite infantil, ela é feita a partir de um leite de vaca, que é o melhor para os bezerros, e embora a tecnologia tenha melhorado esta adaptação, ela ainda é muito inferior ao original humano.
Fonte: Rev. paul. pediatr. vol. 30 no. 1 Março 2012 21
Cléa Rodrigues LeoneI; Lilian dos Santos R. SadeckII; Programa Rede de Proteção à Mãe Paulistana III
Atualizado em 21 de março de 2024