No mês de maio do ano passado escrevi um post em homenagem as mães: “Sorrisos de mãe”. Foi uma singela homenagem àquelas que nos geram e se dedicam na árdua tarefa de criar e educar os filhos. Com a ajuda das mães, os dentistas podem contar com a maior especialista na arte de cuidar das crianças e que tem os mesmos objetivos, ver os filhotes crescerem saudáveis e sorridentes. Nesse mês de maio, a história vai ser diferente, quero falar um pouquinho da importância da saúde bucal para quem está esperando o maior dos tesouros: as gestantes.
Como todos sabem, a gravidez traz várias alterações para a futura mamãe, alterações hormonais, metabólicas, físicas e até emocionais. Apesar dessas alterações, não se pode confundir gravidez com doença, mesmo que modifiquem o dia a dia da mulher. E dentre essas alterações uma você pode descartar, a gestante não vai perder cálcio para o bebê, por isso esqueça aquela máxima “a cada gravidez, um dente perdido”, a não ser, óbvio, que a higienização tenha sido deixada de lado ou a gestante já apresente problemas anteriormente.
Por falar nisso, durante a gravidez, muitas gestantes não conseguem escovar os dentes corretamente, muito menos passar o fio dental, essa condição ocorre por causa das náuseas e vômitos. Isso é sério e não pode acontecer, mesmo que no mercado não existam cremes dentais específicos para gestantes, a higienização é primordial. Uma alteração real, em muitas gestantes que cometem essa falha na higienização, é a chamada gengivite gravídica, as gengivas ficam avermelhadas, sensíveis com aumento de volume e tendência a sangramento durante a escovação. Esse quadro tende a melhorar após o parto, mas pode trazer complicações irreversíveis se não for bem cuidado.
Não existe um tratamento próprio para gestantes, mas quando se fala em tratamento odontológico para grávidas parece que estamos falando de um bicho de sete cabeças. Elas podem e devem visitar o dentista durante a gravidez e a melhor época para isso acontecer é durante o segundo trimestre. Para procedimentos como anestesias, radiografias, restaurações, limpezas, cirurgias e intervenções de maior porte, é interessante que seu dentista bata um papo com o médico e troque informações a respeito do estado clínico, porque alguns podem ser contraindicados nesse momento. Ah, é importante avisar ao dentista se há suspeita da gravidez, se a barriguinha ainda não estiver tão evidente.
Quando houver um quadro grave como uma infecção ou uma dor muito grande, o dentista deve intervir para assegurar a saúde e bem-estar da gestante e do bebê.
Bem, e o nosso tesouro que está para nascer, como fica? A espera do bebê pode ser um ótimo momento para se estabelecer medidas salutares no geral: a eliminação do fumo, de bebidas alcoólicas, uma alimentação saudável, e o controle da higiene bucal. O risco de a criança ter cáries está diretamente relacionado, entre outros fatores, ao nível de infecção por bactérias e à dieta da mãe. Os bebês não têm as bactérias comuns da cárie, mas as recebem das mães por transmissibilidade e essa contaminação é denominada primária, mas eles desenvolvem essas malfadadas cáries pela transmissão de hábitos inadequados, facilmente evitáveis se as mães forem bem orientadas.
As mães são tudo de bom na vida de um filho, a manutenção de bons hábitos alimentares, de uma higienização adequada e de amor em abundância vai promover uma profusão de sorrisos maravilhosos.
**Esse post é dedicado a Sarah, mãe da linda Alice, e a Beatriz e Sueli, que esperam as lindas Sofia e Julia respectivamente.
Por Dr. José Reynaldo Figueiredo, especialista em Odontopediatria, Odontologia para pacientes com necessidades especiais, Implantodontia e Habilitação em Odontologia Hospitalar e Laserterapia.
Atualizado em 11 de junho de 2024