Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Odontologia para os adolescentes

Odontohebiatria: odontologia para os adolescentes

Odontohebiatria: odontologia para os adolescentes

Você sabe o que é Odontohebiatria?

Odontohebiatria é a odontologia que cuida do adolescente, mas na verdade ela é a mesma odontologia praticada para qualquer pessoa, porém o que difere é essa pessoa que vai receber o tratamento e que está em uma fase de grandes mudanças, tanto no aspecto físico, como biológico e emocional. O nome vem da deusa da juventude na mitologia grega: Hebe.

Segundo a Organização Mundial da Saúde a adolescência vai dos 10 aos 19 anos e é nessa fase que começa a puberdade, quando os meninos e as meninas começam a experimentar mudanças em seus comportamentos, com os hormônios entrando em ebulição. Mas as mudanças, apesar de comuns, não são tão fáceis de administrar. A conquista pela independência é diária, novas descobertas, a busca pela autoafirmação, os questionamentos, as dúvidas estão ali e acontecem a todo momento. Até por isso a adolescência é conhecida, talvez maldosamente ou impacientemente como “aborrescência”.

E por que isso acontece?

Sempre gostei de ler, desde menino eu lia tudo que me aparecia pela frente, até bula de remédio. Um dia, folheando uma revista de variedades, li uma frase atribuída ao grande mestre das artes, o gênio Pablo Picasso, ele dizia o seguinte:

– “Hoje, ao completar 70 anos, acho que já sei metade do que eu pensava que sabia quando eu tinha 17”.

Aos 17 anos a gente sabe de tudo, ou pensa que sabe, e isso repercute imensamente nos cuidados da saúde bucal. Mesmo o adolescente tendo um controle maior para o uso da escova e do fio dental, é difícil convencê-lo a usá-los. Aquela criança que escovávamos os dentes, controlávamos a alimentação, já não existe mais. Para alguns pais, um alívio, mas para outros uma ruptura marcante. Lembra-se que após as refeições, antes de ir para cama, você escovava os dentes do filhote? Agora ele nem quer que você chegue perto.

Sob certo aspecto, é muito bom que isso aconteça, ele vai desgrudando da barra da mãe e do pai e vai aprendendo a crescer, e uma adolescência saudável e feliz facilita o desenvolvimento de um adulto responsável. Contudo, no assunto saúde bucal, essa fase traz uma série de complexidades, às quais precisamos estar atentos.

Na adolescência, irrompem os pré-molares, os segundos molares permanentes e os dentes do siso. O uso de aparelhos ortodônticos também são bastante comuns. O risco de cáries pode ser aumentado devido a uma dieta alimentar desequilibrada, com muitos doces e refrigerantes. Os cuidados bucais, antes supervisionados pelos pais, agora estão nas mãos, nem sempre caprichosas, de jovens sedentos de informações, de diversão, mas que infelizmente não estão tão preocupados com a saúde bucal. Nesses tempos modernos ainda aparecem essas “pragas” como os piercings dentais e bucais, que para alguns podem ser bonitinhos, mas trazem riscos para a saúde geral.

Longe de ser uma criança, mas também distante da fase adulta, devemos reconhecer a importância dos cuidados bucais nos adolescentes. Nem sempre chamando a atenção, mas muitas vezes conversando e explicando a necessidade de uma boa dentição e sua repercussão para o futuro, podemos mais uma vez trazer nossos filhos para uma relação mais amistosa, sem confrontos, e estimulá-los a cuidar dos dentes, sem prejuízo para o “tempo” que eles pensam estar perdendo. Com isso, estaremos continuando sua formação e educação e conquistando mais sorrisos e adultos saudáveis.

Leia também: A vilã chamada cárie

Por Dr. José Reynaldo Figueiredo, especialista em Odontopediatria, Odontologia para pacientes com necessidades especiais, Implantodontia e Habilitação em Odontologia Hospitalar e Laserterapia.

Atualizado em 7 de junho de 2024

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