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Qual é a melhor maneira de tratar um corte?
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Qual é a melhor maneira de tratar um corte?

Qual é a melhor maneira de tratar um corte?

03/06/2015
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Seu filho fez um corte a mão, mas você não sabe se ele precisa de pontos. O que fazer nessas situações? Saiba que esses ferimentos devem ser avaliados por um médico o mais rápido possível se for:

  1. Uma ferida que não vai fechar por si só;
  2. Uma ferida que pode precisar de cinco minutos de pressão direta constante para parar o sangramento;
  3. Um corte de mais de 1,5 cm.

Algumas feridas podem precisar de pontos, curativo ou algum outro método para ajudar a cicatrização. Estes métodos precisam ser aplicados o mais rápido possível, geralmente dentro de seis horas após a lesão. A limpeza deve ser imediata e adequada, seguida por fechamento da ferida aberta, para que o risco de infecção seja reduzido. Isso também agiliza a cicatrização da ferida e reduz a possibilidade de formação de marcas maiores de cicatrizes.

Um corte ou laceração é uma ferida que rompe a pele e os tecidos abaixo dela. Por ser uma lesão mais profunda, há maior probabilidade de haver complicações como hemorragias e existe a possibilidade de dano para os nervos e tendões.

Leia também: Guia de Primeiros Socorros

Algumas diretrizes simples podem ajudá-lo a evitar hemorragias graves e outros problemas, tais como cicatrizes, quando a criança se corta:

Aplique pressão – todos os sangramentos ativos podem ser interrompidos com aplicação de pressão direta com gaze ou pano limpo sobre o local por cinco ou dez minutos. O erro mais comum é interromper a pressão muito cedo, a fim de inspecionar a ferida. Fazer isso pode resultar em mais sangramento ou no acúmulo de um coágulo que pode tornar mais difícil de controlar o problema. Se o sangramento começa novamente após cinco minutos de pressão contínua, reaplique pressão e contate o seu médico para obter ajuda. Não use um torniquete em um braço ou perna, a menos que você seja treinado para isso, pois pode causar danos graves.

Mantenha-se calmo – sangramentos assustam a maioria das pessoas, mas este é um momento importante para manter o controle. Você vai tomar as melhores decisões se estiver calmo e seu filho estará menos propenso a sofrer algum estresse nesta situação. Lembre-se que, usando a pressão direta, você é capaz de controlar o sangramento, até mesmo em casos de lacerações mais graves, até que a ajuda chegue. Pequenos cortes na cabeça e no rosto vão sangrar mais do que cortes em outras partes do corpo por causa do maior número de vasos sanguíneos superficiais. Por isso, novamente, mantenha-se calmo.

Consultar um médico para cortes graves – não importa o quanto (ou quão pouco) sangramento ocorra, chame o seu médico se a laceração for profunda (através da pele) ou com mais de 1,2 cm de comprimento. Cortes profundos podem danificar seriamente os músculos subjacentes, nervos e tendões, mesmo que na superfície da ferida não pareçam graves. Lacerações longas e aquelas no rosto, peito e costas são mais propensas a deixar cicatrizes desfigurantes. Nestas situações, se a ferida é suturada adequadamente, a cicatriz será provavelmente muito menos aparente. Em caso de dúvida sobre se são necessárias suturas, ligue para o seu médico para aconselhamento. Para reduzir as chances de cicatrizes maiores, as suturas devem ser feitas dentro de oito horas depois da lesão ocorrida.

Você poderá tratar cortes curtos pequenos desde que seja possível juntar as bordas, mesmo que com o auxílio de uma atadura “borboleta”, e se não houver dormência além da ferida ou redução da sensação ou movimento. A bandagem borboleta é uma tira de adesivo com extremidades que se alargam. É usada para manter as bordas de um corte juntas durante o processo de cicatrização.

Qualquer lesão que você não se sinta capaz de cuidar deve ser vista pelo pediatra ou serviços médicos de emergência o mais rápido possível. Seu filho pode não deixar que você olhe o machucado completamente por estar sentindo dor. O pediatra, no entanto, pode usar um anestésico local, se necessário, para garantir um exame minucioso que poderá, inclusive, identificar se há qualquer possibilidade de que corpos estranhos, tais como a sujeira ou cacos de vidro, estejam presos no corte.

Limpar e “vestir” a ferida – se você se sentir confortável em lidar com o problema, lave a ferida com água e examine cuidadosamente para ter certeza de que ela está limpa. Aplique uma pomada antibiótica, em seguida cubra-a com uma compressa esterilizada. É fácil subestimar a extensão ou gravidade de uma laceração, por isso se você optar por tratá-la você mesmo, não hesite em chamar seu pediatra para conselho e conduta adequada.

Se qualquer vermelhidão, inchaço ou pus aparecer em torno da ferida, ou se o sangramento permanece, consulte o seu médico o mais rapidamente possível. Antissépticos como o iodo e álcool não são necessários e só aumentam o desconforto para o seu filho, por isso não os use em cortes.

As vacinas de tétano não são necessárias após a maioria das abrasões e lacerações. Mas se as imunizações estão atrasadas ou foram realizadas há mais de cinco anos, no entanto, o pediatra pode recomendar que sejam feitas.

É quase impossível para uma criança curiosa e ativa evitar alguns arranhões e pequenos cortes, mas há coisas que você pode fazer para diminuir o risco e minimizar sua gravidade. Mantenha objetos potencialmente perigosos como facas afiadas, objetos de vidro facilmente quebráveis e outros objetos ou utensílios que podem machucá-la longe de seu alcance. De tempos em tempos, faça uma verificação de segurança em sua casa, garagem e quintal e armazene esses objetos fora do alcance das crianças.

 

Fonte: Cuidados com o Bebê e a Criança: Birth to Age 5 (Copyright © 2009 Academia Americana de Pediatria).

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o atendimento médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o seu pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 6 de agosto de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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