Instituto PENSI – Estudos Clínicos em Pediatria e Saúde Infantil

Uma sessão de fisioterapia com Violeta: O Espelho

Uma sessão de fisioterapia com Violeta: o espelho!

Uma sessão de fisioterapia com Violeta: o espelho!

”Nós nos fortalecemos e entendemos com o outro, que somos únicos mas que fazemos parte de uma comunidade”.

Em uma das portas que entramos, vivemos uma experiência bonita que me fez pensar sobre a força da identificação. Chamarei de Violeta a protagonista dessa história, com ela também estava sua mãe, a Fada-Fisio, Sr. Incrível e eu, Chapeuzinho Vermelho.

Batemos na porta e a pequena Violeta estava em sua sessão de fisioterapia, mas chorava um chorinho de incômodos e chateação. Quando vimos a situação demos um “oi” e falamos que voltaríamos depois para não atrapalhar o procedimento.

Mas nesse momento ela ficou muito atenta à minha voz e parou de chorar, vimos aí uma oportunidade para entrar delicadamente e trabalharmos juntos para que a Violeta aproveitasse melhor aquela sessão.

Ficamos encantados com aquelas movimentações que a fisio a ajudava a fazer, e logo quisemos experimentar como seria fazer aqueles movimentos também. Eu brinquei que era a fisio e o Sr. Incrível meu paciente. Nós nos posicionamos bem na frente da Violeta, formando assim um espelho de suas ações.

Violeta se conectou com o Sr. Incrível e com aquela nova situação instaurada, com isso o seu choro cessou e os movimentos foram ganhando novas proporções e significados.

Acredito que naquele momento o “espelho” teve um significado importante para ela: o da identificação. Ela pode compartilhar com alguém aquele estado em que se encontrava e cada gesto que ela era conduzida a fazer. Pode compartilhar a sua vivência e isso pode se transformar em aprendizagem ou, ainda mais, uma possibilidade de se integrar como ser.

A identificação potencializou sua existência, confirmando com a presença do outro que ela também existia como indivíduo único e que poderia compartilhar e dividir suas experiências. Com o apoio do Sr. Incrível, ela pode ter uma experiência de unidade, consciência sobre si mesma, seu corpo e suas intenções.

A identificação através do jogo do espelho trouxe sentido e mais intenção para aquele momento. Um movimento conduzido por uma sessão de fisioterapia estava agora carregado de intencionalidades, o propósito de jogar conosco e nos guiar pelo espaço trouxe mais motivação para cada movimento, uma cabeça que precisava ser levantada com sua própria força, não era mais um esforço e sim um motivo para ver nossos olhos ou os da mamãe, com isso o movimento ganhou sentido e função.

Nós nos fortalecemos e entendemos com o outro que somos únicos, mas que fazemos parte de uma comunidade. E também que cada corpo trás intenções para o mundo e esse corpo pode interferir e transformar cada lugar ou encontro.

Obrigada, Violeta, por nos mostrar tantas coisas através dos seus olhos grandes e vivos!

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Por Melany Kern (Chapeuzinho Vermelho)

Atualizado em 17 de dezembro de 2024

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