Nossa Fundação e suas instituições fazem o advocacy da inclusão em suas diversas variações como raça, gênero, orientação sexual, religião, origem, ou qualquer coisa que gere preconceito. Assim, ficamos muito felizes e gostamos de divulgar iniciativas que promovam a inclusão e combatam o preconceito, principalmente as que que eduquem as crianças neste sentido. Todo mundo é incrível é uma iniciativa da Lego que vale a pena conhecer.
Aproveitando o Mês internacional do orgulho LGBTQIA+ a Lego lançou no dia 1 de junho em todo o mundo sua primeira linha de brinquedos inclusivos com esta temática.
A mais recente adição da Lego à sua linha – “Todos são incríveis” – é o primeiro conjunto LGBTQIA+ da marca, que possui 346 peças. A marca de construção com tijolinhos de plásticos está se juntando à marca de brinquedos Mattel, que oferece Barbies inclusivas lançadas em 2019, um deck de cartas de Uno com o tema Orgulho (LGBTQIA+), a Habro que já anunciou um novo membro da família Sr. e Sra. Cabeça de Batata com a possibilidade de mudar de gênero. Sinais do tempo.
Para os pais que têm medo sobre este tema, o professor Lino de Macedo escreve um artigo sobre isso no Blog, no qual eu transcrevo um pedaço: “Quando um menino brinca e gosta de brinquedos “próprios” às meninas, isto indica alguma tendência ou opção de gênero? E, vice versa, o mesmo vale para as meninas? A mídia e a indústria de brinquedos influenciam ou determinam as preferências lúdicas de meninos e meninas bem como estimulam o consumo mais que o uso? É bom que pais e educadores intervenham favorecendo ou inibindo interação com brinquedos ou realização de brincadeiras não “adequadas” ao sexo da criança? A preferência lúdica é determinada pela cultura, pelos avanços da tecnologia? No âmbito da tecnologia visual ou digital, as preferências ou diminuem ou se expressam pela escolha dos programas. Meninos gostam de videogame e programas de ação com “violência”, “tiros” e “mortes” para todos os lados. Meninas gostam de jogos de construção, jogos de papéis. O importante é observarmos e considerarmos todas estas múltiplas possibilidades de combinação.
Uma última palavra: brincar, brincadeiras, brinquedos são coisas de crianças. Nós, os adultos, por diferentes motivos interferimos, proibimos, estimulamos, criticamos o que elas fazem. Será que até nisto elas serão consideradas incapazes e subservientes aos nossos interesses, medos e ambições? Deixemos que as crianças brinquem e que, ao brincarem, descubram e reinventem o mundo, e que sejam livres e responsáveis por si mesmas.”
Depois de começar em 2015, a linha Barbie Fashionistas já conta com mais de 170 “bonecos diversos” em sua linha. Anteriormente, as bonecas Barbie eram criticadas por defenderem um ideal doméstico esguio e branco. A Mattel incorporou mais diversidade em sua linha Barbie, oferecendo bonecas com diferentes tons de pele, cores de olhos, estilos de cabelo e roupas. Em 2017, a empresa apresentou a primeira Barbie a usar um hijab. E, em 2019, foram apresentadas Barbies usando próteses e em cadeiras de rodas e até doenças de pele como vitiligo.
No Sabará Hospital Infantil nossas profissionais Child Life, especialistas em lidar com o desenvolvimento infantil e ajudar a lidar com o estresse no hospital, utilizam de bonecas e bonecos que representam pacientes com câncer (perdem o cabelo, utilizam perucas,) ou que têm colostomia para as crianças brincarem e levarem para a casa, pois ali com aqueles brinquedos elas encontram empatia.
A infância é a fase de descobertas, criação do imaginário e o momento em que a criança começa a entender seu espaço e se reconhecer como parte da sociedade. É o tempo ideal do aprendizado. Nesse contexto, a brincadeira pode não ser tão inocente quanto se pensa quando a representatividade não contempla a todos. Quer um exemplo desta realidade? Apenas 6% de todas as bonecas fabricadas no Brasil são negras, segundo pesquisa da campanha “Cadê Nossa Boneca?”, isso para não dizer de outras minorias como indígenas, pessoas com necessidades especificas etc. Por “todo mundo ser incrível” que a Fundação José Luiz Egydio Setúbal acredita que devemos atuar junto às nossas crianças e conviver num mundo de aceitação ao diferente e sem preconceitos, assim construiremos uma sociedade muito melhor.
Saiba mais:
- https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/brinquedos-e-brincadeiras-tem-sexo/
- https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/desenvolvimento-de-identidade-de-genero-em-criancas/
- https://institutopensi.org.br/blog-saude-infantil/identidade-de-genero/