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Uso pré-natal de acetaminofeno associado ao risco de TDAH
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Uso pré-natal de acetaminofeno associado ao risco de TDAH

Uso pré-natal de acetaminofeno associado ao risco de TDAH

06/12/2017
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Qualquer mulher que esteja grávida e tem alguma orientação, sabe que não deve tomar medicamentos sem orientação médica. Um estudo publicado na revista Pediatrics de novembro de 2017 mostra que o uso prolongado de acetaminofeno ou paracetamol (Tylenol), comum para dor ou febre, durante a gravidez, associou-se ao dobro do risco de Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) em crianças.

Ao mesmo tempo, o estudo norueguês “Exposição Prenatal ao Acetaminofeno e Risco de TDAH” descobriu que o uso pré-natal de acetaminofeno a curto prazo de uma semana ou menos foi associado a taxas reduzidas de TDAH.

O estudo não fornece evidências definitivas para ou contra uma relação causal entre o uso materno de acetaminofeno, que é a medicação recomendada para mulheres grávidas com febre ou dor e é usado por 65% a 70% das mulheres grávidas nos Estados Unidos. No Brasil, como usamos a dipirona e o ibuprofeno como analgésicos e antitérmicos, a porcentagem é menor.

Para o estudo, os pesquisadores examinaram dados de quase 113 mil crianças no Estudo de Mães e Crianças da Noruega (estudo de longo prazo), incluindo 2.250 com diagnóstico de TDAH. Os pesquisadores encontraram que o uso pré-natal de acetaminofeno por menos de 7 dias foi associado negativamente ao TDAH em crianças. Para uso com duração superior a 7 dias, o risco de crianças com diagnóstico de TDAH aumentou com o número de dias expostos; aqueles que tiveram 29 ou mais dias de exposição pré-natal ao paracetamol foram mais de duas vezes mais propensos a serem diagnosticados com TDAH. Os dados também mostraram que as crianças cujas mães tomaram acetaminofeno para febre e infecções por 22 a 28 dias foram seis vezes mais propensas a ter TDAH.

Como se pode ver, quanto maior for o número de dias que usar o acetaminofeno, maior a chance de ter TDAH. Portanto, o uso eventual e não prolongado parece não oferecer maiores riscos.

No entanto, os autores dizem que a associação que eles encontraram exige um estudo mais aprofundado e uma consideração mais cautelosa sobre seu uso durante a gravidez.

Leia também: O TDAH é genético?

Fonte: Pediatrics November 2017

Prenatal Exposure to Acetaminophen and Risk of ADHD

Eivind Ystrom, Kristin Gustavson, Ragnhild Eek Brandlistuen, Gun Peggy Knudsen, Per Magnus, Ezra Susser, George Davey Smith, Camilla Stoltenberg, Pål Surén, Siri E. Håberg, Mady Hornig, W. Ian Lipkin, Hedvig Nordeng, Ted Reichborn-Kjennerud

As informações contidas neste site não devem ser usadas como um substituto para o cuidado médico e orientação de seu pediatra. Pode haver variações no tratamento que o pediatra pode recomendar com base em fatos e circunstâncias individuais.

Atualizado em 11 de novembro de 2024

Dr. José Luiz Setúbal

Dr. José Luiz Setúbal

(CRM-SP 42.740) Médico Pediatra formado na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com especialização na Universidade de São Paulo (USP) e pós-graduação em Gestão na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Pai de Bia, Gá e Olavo. Avô de Tomás, David e Benjamim.

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