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Entre 13 e 17 de fevereiro, comemoramos o centenário da Semana de Arte Moderna de 22. O evento marcou o início do modernismo no Brasil e tornou-se referência cultural do século XX. A Semana representou uma verdadeira renovação de linguagem, na busca de experimentação, na liberdade criadora da ruptura com o passado e até corporal, pois a arte passou então da vanguarda para o modernismo. Dela participaram jovens artistas como Anitta Malfatti, Di Cavalcanti, Villa Lobos, Victor Brecheret, Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Graça Aranha, entre outros. Embora de pouca repercussão na época, o movimento foi essencial para mudanças na literatura, artes plásticas, música e o jeito do Brasil se ver no decorrer do século XX, influenciando movimentos como o Antropofágico e Tropicalismo, por exemplo.
Existem no mercado e na cidade de São Paulo várias coisas que você pode fazer com crianças e jovens para, de maneira divertida, levá-los a conhecer esse movimento tão importante para a cultura brasileira. Veja aqui algumas sugestões:
A coleção da Folha de São Paulo “Pintores para crianças” tem a arte brasileira e é contemplada por grandes nomes, como Tarsila do Amaral e Candido Portinari, todos representantes do modernismo que surgiu a partir da Semana de Arte Moderna de 22. Ao fim de cada volume, há atividades de desenho para que as crianças se expressem com linhas, formas e cores, além de uma série de jogos que desafiam o leitor.
Outro livro é “Tarsilinha e as cores”, com texto de Patrícia Engel Secco e Tarsilinha do Amaral e ilustrações de Cris Alhadeff, publicado pela editora Melhoramentos. Com uma linguagem adaptada ao público infantil, este livro apresenta algumas das principais obras da pintora e artista plástica Tarsila do Amaral como “O Manacá” e “A Cuca”. A narrativa é feita em primeira pessoa pela personagem Tarsilinha, que dialoga com as crianças de forma lúdica e apresenta as obras sutilmente, em meio a cores e paisagens da fazenda.
“Tarsilinha”: como em toda fábula, o filme dessa viagem é uma história de descoberta e autoconhecimento. “A música é um baião bem brasileiro com uma pequena alusão à obra de Villa-Lobos”, diz Zeca Baleiro, que também assina a composição. Tarsilinha tem na direção Célia Catunda e Kiko Mistrorigo, Ricardo Rozzino como produtor executivo e roteiro de Fernando Salem e Marcus Aurelius Pimenta. O longa metragem é inspirado na obra de Tarsila do Amaral e conta a história de Tarsilinha, uma menina de 8 anos que embarca numa jornada incrível.
Em comemoração ao centenário da Semana de Arte Moderna, o Museu Catavento terá uma exposição temporária sobre Victor Brecheret. No início do século 20, Brecheret teve seu ateliê de esculturas instalado no Palácio das Indústrias – atual sede do Museu Catavento. Em valorização à memória da relação com o espaço, “O Ateliê de Brecheret” apresenta um pouco de sua vida e algumas de suas obras. Para mais informações sobre a exposição, clique aqui.
Entre os anos de 1932 e 1945, o compositor carioca Heitor Villa-Lobos (1887-1959) se debruçou sobre nada menos do que cento e trinta e sete canções do folclore brasileiro, revistas e recriadas para dar vida a uma série de seis cadernos intitulados “Guia Prático de Villa-Lobos para as Crianças”. Entre elas algumas muito conhecidas com Alecrim dourado, Trenzinho Caipira e Cai cai balão. Existem várias gravações disponíveis e diversos vídeos no YouTube.
O principal legado da Semana de 22 foi despertar uma consciência de modernidade no campo artístico brasileiro e gerar um importante debate na sociedade sobre o que era ser moderno no Brasil e, em tempos tão obscuros, é sempre bom iluminarmos as mentes e almas de nossas crianças.
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